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RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro – A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) acaba de eleger sua nova diretoria para o biênio 2010-2011 e pela primeira vez em sua história, uma mulher é eleita para o cargo máximo da entidade Fátima Brito, diretora executiva da Casa da Ciência/UFRJ, assume a presidência e tem pela frente desafios como fortalecer a entidade, ampliar o número de associados, participar da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e organizar o 1º Congresso Brasileiro de Centros e Museus de Ciência, previsto para agosto.

A ABCMC nasceu, em 1999, para unir ideias, compartilhar experiências, projetos e possibilitar um grande intercâmbio de recursos e informações entre centros e museus de ciência de todo o Brasil. Bem como identificar, fortalecer e difundir áreas e atividades de cooperação, apoiando programas de divulgação científica e articulando uma Política Nacional de Popularização da Ciência. Nos últimos anos, a associação tem sido destaque nos encontros da SBPC com o Circo da Ciência, um palco de exposições dos associados e parceiros que atrai centenas de crianças e jovens curiosos. Em 2009, lançou, em parceria com a Casa da Ciência da UFRJ e o Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, o guia de Centros e Museus de Ciência do Brasil, que oferece informações sobre 190 instituições espalhadas pelos quatro cantos do país.

Mais informações: http://www.abcmc.org.br

Veículo: Revista Museu
Fonte: Faperj

A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) acaba de eleger sua nova diretoria para o biênio 2010-2011 e pela primeira vez em sua história, uma mulher é eleita para o cargo máximo da entidade Fátima Brito, diretora executiva da Casa da Ciência/UFRJ, assume a presidência e tem pela frente desafios como fortalecer a entidade, ampliar o número de associados, participar da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e organizar o 1º Congresso Brasileiro de Centros e Museus de Ciência, previsto para agosto. A ABCMC nasceu, em 1999, para unir ideias, compartilhar experiências, projetos e possibilitar um grande intercâmbio de recursos e informações entre centros e museus de ciência de todo o Brasil. Bem como identificar, fortalecer e difundir áreas e atividades de cooperação, apoiando programas de divulgação científica e articulando uma Política Nacional de Popularização da Ciência. Nos últimos anos, a associação tem sido destaque nos encontros da SBPC com o Circo da Ciência, um palco de exposições dos associados e parceiros que atrai centenas de crianças e jovens curiosos. Em 2009, lançou, em parceria com a Casa da Ciência da UFRJ e o Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, o guia de Centros e Museus de Ciência do Brasil, que oferece informações sobre 190 instituições espalhadas pelos quatro cantos do país.

Veículo: FAPERJ
Mais informações: http://www.abcmc.org.br

Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) tem nova diretoria.

Fatima Brito, diretora da Casa da Ciência/UFRJ, é a primeira mulher a assumir a presidência da entidade.

A nova diretoria da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) foi eleita para o biênio 2010-2011. Fatima Brito, diretora executiva da Casa da Ciência/UFRJ, assume a presidência e tem pela frente desafios como fortalecer a entidade, ampliar o número de associados, participar da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e organizar o 1º Congresso Brasileiro de Centros e Museus de Ciência, previsto para agosto.
Compõem ainda a diretoria Maria das Graças Ribeiro, responsável pelo Museu de Ciências Morfológicas/UFMG (vice-presidente); Daisy Maria Luz, coordenadora da Casa da Descoberta/UFF (1ª secretária); Marcelo Firer, diretor do Museu Exploratório de Ciências/Unicamp (2º secretário); José Ribamar Ferreira, coordenador do projeto Ciência Móvel, do Museu da Vida/Fiocruz (1º tesoureiro); e Adriana Cunha, diretora do Museu de Ciência e Tecnologia/Uneb (2ª tesoureira).

Propostas
Os associados da ABCMC firmaram, na última reunião da entidade, o compromisso de atualizar o Programa Nacional de Popularização da Ciência e articular propostas para a 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia que apresentem os desafios para os próximos 10 anos.

A nova diretoria quer, ainda, ampliar o número de centros e museus de ciência no Brasil, para proporcionar uma distribuição mais equilibrada em todo o país, e estimular a pesquisa e o investimento na área de turismo científico.

Popularização da ciência
A ABCMC nasceu, em 1999, para unir ideias, compartilhar experiências, projetos e possibilitar um grande intercâmbio de recursos e informações entre centros e museus de ciência de todo o Brasil. Bem como identificar, fortalecer e difundir áreas e atividades de cooperação, apoiando programas de divulgação científica e articulando uma Política Nacional de Popularização da Ciência.
Nos últimos anos, a associação tem sido destaque nos encontros da SBPC com o Circo da Ciência, um palco de exposições dos associados e parceiros que atrai centenas de crianças e jovens curiosos. Em 2009, lançou, em parceria com a Casa da Ciência da UFRJ e o Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, o guia de Centros e Museus de Ciência do Brasil, que oferece informações sobre 190 instituições espalhadas pelos quatro cantos do país.

Fonte: Jornal da Ciência
(Informações da Assessoria de Comunicação da Casa da Ciência/UFRJ)

Presidente: Maria de Fatima Brito Pereira – Diretora Executiva da Casa da Ciência da UFRJ. Coordena diversos projetos de popularização da ciência, sendo o mais recente destaque o Caminhos de Darwin, um roteiro turístico-científico pelas 12 cidades por onde Charles Darwin passou no Estado do Rio Janeiro, em sua viagem a bordo do navio Beagle, em 1832.

Vice-Presidente: Maria das Graças Ribeiro – Responsável pelo Museu de Ciências Morfológicas/UFMG, que tem importante projeto com ensino de ciências para deficientes visuais.

1º Secretário: Daisy Maria Luz – Coordenadora da Casa da Descoberta/UFF, atuando principalmente na formação de mediadores e na criação de um museu com equipamentos de ensino da universidade.

2º Secretário: Marcelo Firer – Diretor do Museu Exploratório de Ciências/Unicamp e coordenador do projeto Grande Desafio, onde estudantes são desafiados a projetar, construir e operar um equipamento capaz de solucionar o problema proposto.

1º Tesoureiro: José Ribamar Ferreira – Coordenador do projeto Ciência Móvel, concebido pelo Museu da Vida/Fiocruz, um museu itinerante que viaja pelas cidades do país levando ciência interativa e multimídia.

2º Tesoureiro: Adriana Cunha – Diretora do Museu de Ciência e Tecnologia/UNEB.

Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência – ABCMC

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No dia 26 de fevereiro, quando a escola de Samba Marambaia der início ao seu desfile em São Luís, será o começo da consolidação de um grande projeto para popularização da ciência no país, idealizado por grupos de pesquisadores do Brasil e que está sendo fomentado pela Secretaria de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia. Como parte dessa idéia o Laboratório de Divulgação Científica (LDC) Ilha da Ciência e do departamento de física da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) propuseram à escola que seu tema para o carnaval deste ano fosse a vida e a obra de Santos-Dumont.

Uma vez aceita a proposta, começou-se a pensar em algo maior, que incorporasse a divulgação científica. Como parte das ações, foi proposto por um de seus idealizadores, o professor de física da UFMA, Antonio Oliveira, fazer uma série de palestras em escolas com o objetivo de desenvolver um trabalho de popularização da ciência na comunidade. Então, o projeto foi levado à Comissão Interministerial para as comemorações do vôo do 14 bis, que o aprovou.

A cargo do LDC Ilha da Ciência foram promovidas também mostras científicas, conferências e seminários em escolas e espaços públicos do Bairro de Fátima, onde se localiza a escola Marambaia. Assim, a idéia de fazer um carnaval sobre a ciência, não pareceu mais tão estranha à comunidade.

Durante o desfile haverá uma réplica reduzida do 14 bis. Projetado e realizado pela equipe do LDC Ilha da Ciência, o avião feito em metalon (e não em bambu como o original), mede 7m de envergadura por 6,5m de comprimento (o real media 12m x 10m). Após o desfile, o avião ficará à disposição de escolas da capital maranhense e do estado.

Outra iniciativa de divulgar o conhecimento científico foi a elaboração de uma cartilha com informações sobre o LDC Ilha da Ciência, a escola de samba Marambaia e a divulgação científica no Brasil e no Maranhão. Os cinco mil números da publicação serão distribuídos durante o carnaval.

Os esforços para consolidar esse trabalho reuniram a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência do Maranhão (SBPC/MA), a Associação Brasileira dos Centros e Museus de Ciência (ABCMC), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Secretaria Estadual de Educação da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e toda a escola Marambaia.

Diogo Lopes de Oliveira

Diário do Nordeste, 20 de julho de 2005

 

Apenas 50 minutos foram necessários para o gari Raimundo Braz do Carmo concluir que “a Física é muito importante para a sociedade”. Convidado pelo Diário do Nordeste, ele conheceu as experiências científicas expostas no galpão da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência, (ABCMC) durante a 57ª Reunião Anual da SBPC.Aos 37 anos de idade, Raimundo do Carmo parecia uma criança diante dos experimentos. Tinha o olhar atento e fazia várias perguntas. Glaytson Moraes Santiago, estudante de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), precisou de paciência para explicar-lhe os detalhes daqueles fenômenos físicos e matemáticos. Às vezes, ele não botava fé nas palavras do universitário. Não queria sentar em um banco repleto de pregos, apesar do acadêmico garantir que não havia risco. Primeiro apalpou o móvel com as mãos. Em seguida, sentou devagarinho, com medo de se espetar.

Só então percebeu que não se machucaria e ficou à vontade. “Parece que estou em cima de esponja”, afirmou. O estudante ensinou que, devido à proximidade dos pregos, a pressão exercida pelo corpo é distribuída uniformemente. Por isso, apesar de senta-se numa superfície pontiaguda, ninguém se machuca.

À noite, ele cursa a 6ª série do EnsinoFundamental, em uma escola próxima à sua residência, no Jardim Guanabara. Na espécie de aula de campo de ontem, ficou fascinado pela Ciência. “Agora, quero ir ver aquilo”, apontou para duas antenas parabólicas multicoloridas. Apesar de separadas por cerca de 10 metros, funcionavam como telefone sem fio.Quem falava próximo de uma era ouvido por quem estivesse perto da outra. De acordo com o universitário, cada antena capta os sons e os direcionam para o seu centro. Em seguida, os sons são enviados para a antena oposta. “É o mesmo princípio da propagação do som utilizado pela telefonia”, informa Glaytson Santiago.Raimundo do Carmo também aprendeu como os desenhos animados são realizados. Ele viu figuras desenhadas em quadros em série. Quando os quadros foram movimentados em alta velocidade, “parece que as figuras se mexem”, percebeu o gari. Mas o momento inesquecível daquela visita ocorreu quando ele experimentou o giroscópio.O equipamento simula a gravidade zero aqui na Terra. Por alguns minutos, o gari chegou a ficar até mesmo de cabeça para baixo e experimentou sensação semelhante a que o astronauta tem no espaço sideral. Ao final do passeio, Raimundo do Carmo disse ter aprendido “várias coisas interessantes”.A mais importante, talvez tenha sido a compreensão de que “em cada setor da cidade tem uma coisa que necessita da Física para funcionar”. Com um linguajar acadêmico, Glaytson Santiago concorda com a afirmação do gari. “A Física é surpreendente e aplicada em diversas atividades do nosso cotidiano”, garante.

ABIPTI
Veículo: Site Inovações Tecnológicas
Data: 17/06/2005

Acaba de ser lançado o livro Centros e Museus de Ciência do Brasil, um catálogo ilustrado sobre os museus e centros de ciência de todo o País. Trata-se de uma ação conjunta da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), do Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ (Casa da Ciência) e da Casa de Osvaldo Cruz/Fiocruz – Museu da Vida.

Os dados da pesquisa revelam as diferenças que existem entre os Estados em relação às oportunidades que a população tem de se familiarizar com assuntos de ciência e a tecnologia.

Dos 112 centros e museus de ciência catalogados, apenas três se encontram na região Centro-Oeste (um no Distrito Federal, um em Goiás e um no Mato Grosso), enquanto 61 estão localizados na região Sudeste (23 nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, seis no Espírito Santo e nove em Minas Gerais). O Norte possui cinco centros e museus, o Nordeste 14 e o Sul 29. Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Acre, Tocantins e Sergipe não possuem centros ou museus catalogados.

A publicação está disponível na página eletrônica da ABCMC.

A divulgação científica acaba de ganhar reforço com o surgimento de três novos sites – o portal da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), o Guia de Divulgação Científica e o Portal do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Neles, o interessado poderá ter acesso a obras científicas mundiais já de domínio público, informações sobre materiais didáticos na área científica, listas de sites de museus e centros de ciência, estudos acadêmicos realizados na área, entre outros.

O Portal do MEC reúne mais de mil obras científicas, artísticas e literárias da cultura mundial antigas e portanto, já de domínio público e disponibilizadas para pesquisa, estudo e troca de informações. Seu conteúdo dispõe de textos, teses e livros científicos, romances, contos e crônicas da literatura universal, além de acervos de imagens, fonogramas e vídeos sobre a cultura brasileira. O portal fica em www.mec.gov.br/dominiopublico.

Através do portal da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) o interessado poderá ter acesso a uma lista de sites de museus e centros de ciência do Brasil e do mundo,jornais, livros e artigos voltados para as ciências, acompanhará a chamada de editais e projetos na área, pesquisas em andamento, materiais didáticos voltados para o ensino das ciências, notícias de fatos e eventos científicos em geral. O endereço é http://www.abcmc.org.br/.

Já o Guia de Divulgação Científica é voltado para auxiliar o trabalho de profissionais que atuam na área ou que se interessam pelo assunto como jornalistas, cientistas, formuladores de políticas e comunicadores em geral. Seu conteúdo, organizado pela mesma equipe responsável pelo site SciDev.Net, é composto por artigos de reflexão e dicas práticas para auxiliar o jornalismo científico. Ele está disponível em três línguas (português, espanhol e inglês). Em relação ao Guia, há ainda uma versão impressa, escrita somente em português e que reúne 14 textos. A publicação está sendo distribuída para bibliotecas, instituições de ensino e pesquisa, redações e organizações voltadas para a divulgação científica. O site fica em www.scidev.net/scicomm. Para pedir um exemplar basta mandar um e-mail para americalatina@scidev.net

JC e-mail 2560, de 09 de Julho de 2004.

Evento vai de 16 a 23 de julho, no campus da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá
A 12ª SBPC Jovem vai realizar durante a 56ª Reunião Anual da SBPC, nos prédios do CCBS (Centro de Ciências Biológicas e Sociais), da UFMT, cerca de 230 eventos entre exposições temáticas e dinâmicas pedagógicas, oficinas e mesas redondas.
A ‘Usina Jovem de Idéias em Ciências’, que também faz parte da programação do encontro, irá apresentar 52 trabalhos desenvolvidos por alunos de várias instituições públicas e privadas de ensino.
‘Os temas, além de variados, demonstram a criatividade dos alunos que são orientados pelos professores’, frisa o coordenador da SBPC Jovem, Edward Vavá Bertholini.
Segundo ele, os estudos mostram também a preocupação da juventude com a saúde, lixo, preservação ambiental e alimentação saudável. ‘É muito interessante constatar a movimentação desses jovens para mostrar o resultado das pesquisas’, ressalta Vavá.
A coordenação da SBPC Jovem organizou também a realização de duas palestras sobre ‘Educação fiscal rumo a cidadania’ e ‘Inclusão digital como fator de cidadania’.
A segunda palestra, que será ministrada pelo professor doutor Nelson Pretto, da Universidade Federal da Bahia, abordará a socialização da tecnologia.
Os participantes da SBPC Jovem terão a oportunidade de utilizar o Espaço Inclusão Digital, no saguão da Biblioteca. ‘Vamos instalar 20 computadores para que as pessoas tenham contato com a linguagem virtual’, explica o coordenador da SBPC Jovem.
Os jovens também poderão utilizar a Tribuna Livre, espaço reservado para pessoas que tenham alguma informação e/ou resultados de trabalhos e pesquisas desenvolvidas ou em desenvolvimento.
‘Além dessas atividades, vamos ter um planetário portátil, apresentado pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins e Centro de Ciências do Estado do RJ’, esclarece o coordenador da SBPC Jovem, acrescentando que o congresso científico jovem preparou também a UFMTrilhas, atividade prática de campo em Educação Ambiental a partir de visitação em trilhas temáticas identificadas no campus da UFMT.
Tenda Circo da Ciência
A coordenação da SBPC Jovem vai proporcionar aos participantes do maior evento científico do hemisfério Sul uma viagem ao mundo dos conhecimentos através da ‘Tenda Circo da Ciência’.
A principal atividade é uma exposição organizada e coordenada pela Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências (ABCMC). Os elementos que estarão na mostra são constitutivos de vários Museus e Centros de Ciências instalados em diversos estados do Brasil, em instituições ligadas à produção e divulgação de conhecimentos da área de Ciências da Natureza e suas tecnologias.
No penúltimo dia da Reunião Anual, a SBPC Jovem irá realizar um debate com o tema: ‘Educação Profissional no Brasil’. Os convidados para o debate são o presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), Marcelo Gavião, e profissionais na área de Educação.
Edward Vavá Bertholini garante que o debate irá ocorrer em um momento favorável na medida que temos um governo com maior abertura democrática. ‘A nossa perspectiva é de construir um Brasil soberano, democrático, antenado aos anseios de nosso povo e no caminho do desenvolvimento nacional’, finaliza Vavá.
Na opinião do presidente da Ubes, está estabelecido o desafio de adequar o ensino profissional, formulando e desenvolvendo a luta educacional no país.
(Pau e Prosa Comunicação)

Popularização da ciência: ministro visita barracão da Unidos da Tijuca
Agência CT /  Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
Ciência – 19/02/2004 – 08:30:00
Por Márcia Pimentel
O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, visita hoje (19) à tarde o barracão da escola de samba Unidos da Tijuca, que este ano entra na avenida com um enredo ligado à popularização da ciência: ” O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível”.

A visita de Campos reflete o esforço do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) em total sintonia com as instituições científicas do país, que se unem para popularizar a C&T e melhorar a qualidade do ensino da ciência no país.
Vários cientistas confirmaram presença no desfile na ala Santos Dumont, inclusive Roald Hoffmann ( Prêmio Nobel de Química de 1981), que percebeu a importância e a dimensão do evento – as imagens serão enviadas para quase 200 países, atingindo um público de aproximadamente 1 bilhão de pessoas. Também estarão nesta ala, Marcelo Gleiser, conhecido divulgador da ciência, alguns diretores de museus de ciência do Brasil, como José Ribamar Ferreira, diretor do Museu da Vida da Fiocruz, e Marcus Vale, diretor da Seara da Ciência, da Universidade Federal do Ceará.
Desfile e enredo
O enredo nasceu da parceria do carnavalesco da escola Paulo Barros com a Casa da Ciência, instituição da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que integra a Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC). Essa Associação congrega a maioria dos centros de divulgação científica do país e tem conexões internacionais, como a Rede de Popularização da Ciência na America Latina e Caribe, e coordena a elaboração de um programa nacional de educação para a ciência, com a participação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências.
A Unidos da Tijuca será a terceira escola do grupo especial a desfilar no próximo domingo e virá com 7 carros alegóricos, 28 alas e 4.200 componentes. Paulo Barros disse que colocará na avenida um “carnaval conceitual, diferente de tudo que já foi visto”. Para a Casa da Ciência, o enredo “apresenta uma inusitada viagem, que percorre passado, presente e futuro, mostrando os sonhos e a criação dos sonhos que fizeram, fazem e farão a arte de transformar o impossível em ciência”.

Márcia Pimentel – Assessoria de Imprensa do MCT

MCT quer participação integrada dos Estados no projeto A Ciência é de Todos

Gestão C&T Eletrônico
1º a 7 de setembro de 2003 – Ano 4 – nº 190

Representantes dos Fóruns das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) e dos Secretários Estaduais para Assuntos de C&T, bem como da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Associação de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-graduação e da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) estiveram reunidos hoje, em Brasília, para discutir o projeto A Ciência é de Todos.O encontro foi sugerido pela Secretaria de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para articular parcerias e buscar idéias para implementação do Projeto em 400 escolas públicas de ensino médio, até o final deste ano.”O Ciência é de Todos é uma iniciativa do MCT, em parceria com o Ministério da Educação e com a Unesco. As linhas de ação do Projeto estão voltadas para a formação continuada de professores e para a popularização da ciência”, informou o diretor do Departamento de Ciência nas Escolas do MCT, Rui Correa.
Segundo Rui Correa, em princípio, os recursos para a implementação do Ciência é de Todos serão provenientes do governo federal, mas a intenção é articular parcerias com os Estados, por meio das secretarias de C&T, de Educação e universidades. “Queremos estabelecer um processo integrado, onde haja contrapartidas estaduais”, disse. Entre os investimentos previstos pelo Projeto estão a montagem de laboratórios e a aquisição de materiais de apoio. “No momento, queremos estruturar um modelo de gestão com os estados. Com isso, poderemos montar, por exemplo, no âmbito da linha da formação continuada, núcleos que poderão coordenar redes estaduais de capacitação de docentes”, informou o diretor Correa.
Mais informações sobre a reunião do Ministério com os representantes das entidades ligadas à C&T ou sobre o teor do Projeto podem ser obtidas pelo e-mail rcorrea@mct.gov.br.

Comunidade científica debate popularização da ciência
Agência CT / Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
29/08/2003 – 14:26:53
Por Claudia Soares
Na próxima segunda-feira, dia 1º, representantes de diversas entidades
ligadas à pesquisa estarão no Ministério da Ciência e Tecnologia para
discutir o Programa de Melhoria da Qualidade do Ensino e Popularização da Ciência. O projeto, denominado “A ciência é de todos”, é resultado do trabalho conjunto da Secretaria de Inclusão Social do MCT e da secretaria de Educação Média e Tecnológica do MEC, com consultoria internacional da Unesco.
O “Ciência é de Todos” tem duas vertentes básicas: formação continuada de professores e popularização da ciência. Na primeira linha, o projeto
busca a melhoria na qualidade do ensino, por meio da contextualização de
conteúdos, integrando universidades e secretarias estaduais de educação.
Na linha de popularização da ciência, o objetivo é atingir a comunidade
fora da escola, por meio de programas de estímulo a visitas de museus,
centros de ciências, além de fomentar a criação desses centros nos
estados que não dispõem dessa estrutura.
Um dos exemplos que serviu de modelo para o projeto é o trabalho
desenvolvido em Pernambuco nos Centros de Referência em Ciências –
laboratórios de ensino instalados em 27 escolas públicas do estado. Uma
equipe do MCT visitou alguns desses centros na semana passada. Além de
garantir aos alunos o acesso a experimentos nas áreas de biologia,
matemática, física e química, o projeto do ministério busca a formação
permanente dos professores. “Queremos ir além, não adianta ter os
instrumentos laboratoriais sem capacitação para usar os equipamentos no
dia-a-dia da sala de aula”, esclarece o secretário de Inclusão Social,
Jocelino de Menezes.
Na reunião, os representantes das entidades de pesquisa serão convidados a opinar e apresentar sugestões.
Entidades participantes e convidados:
MCT – Secretaria de Inclusão Social
MEC – Secretaria de Educação Média e Tecnológica, Secretaria de Educação
Superior, Secretaria de Educação a Distância e consultores
UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
ABC – Academia Brasileira de Ciência
ABCMC – Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência
ANFOPE – Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação
ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
ABRAPEC – Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências
CONSED – Conselho de Secretários de Educação
Fórum de Secretários de Ciência e Tecnologia
Fórum Fapes – Fundações de Amparo à Pesquisa
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
ANDIFES – Assoc. Nac. dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino
Superior
CONCEFET – Conselho dos Dirigentes dos Centros Federais de Educação
Tecnológica
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Professores da UFRJ, UNICAMP
SBF – Sociedade Brasileira de Física
SBM – Sociedade Brasileira de Matemática
SBEM – Sociedade Brasileira de Educação Matemática
SBEnBIO – Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia
SBQ – Sociedade Brasileira de Química

Ciência é de todos será apresentado à comunidade científica
Agência CT / Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
25/08/2003 – 15:47:34
Por Claudia Soares
Diversas entidades ligadas à pesquisa foram convidadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para discutir o projeto “A ciência é de todos”. No próximo dia 1º de setembro, a Secretaria de Inclusão Social do MCT vai reunir representantes da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Fórum das Fundações de Amparo à Pesquisa, Fórum dos Secretários Estaduais de C&T, Associação de Pró-reitores de Pesquisa e pós-graduação para apresentar as linhas essenciais do projeto, que está sendo formulado em parceria com o Ministério da Educação.
O Ciência é de Todos tem duas vertentes básicas: formação continuada de professores e popularização da ciência. Na primeira linha, o projeto busca a melhoria na qualidade do ensino, através da contextualização de conteúdos, integrando universidades e secretarias estaduais de educação.
Na linha de popularização da ciência, o objetivo é atingir a comunidade fora da escola, por meio de programas de estímulo a visitas de museus, centros de ciências, além de fomentar a criação desses centros nos estados que não dispõem dessa estrutura.
Um dos exemplos que serviu de modelo para o projeto é o trabalho desenvolvido em Pernambuco nos Centros de Referência em Ciências, laboratórios de ensino instalados em 27 escolas públicas do estado. Uma equipe do MCT visitou alguns desses centros na semana passada. Além de garantir aos alunos o acesso a experimentos nas áreas de biologia, matemática, física e química, o projeto do MCT busca a formação permanente dos professores. “Queremos ir além, não adianta ter os instrumentos laboratoriais sem capacitação para usar os equipamentos no dia-a-dia da sala de aula”, esclarece o secretário de Inclusão Social, Jocelino de Menezes.
Na reunião, os representantes das entidades de pesquisa serão convidados a opinar e apresentar sugestões. O projeto A Ciência é de todos foi elaborado em parceria com a Secretaria de Ensino Médio e Tecnologia do MEC, e tem consultoria da Unesco, com estudos, inclusive, de experiências fora do Brasil.

A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência – ABCMC ganhou uma nova gestão. Em 25 de janeiro, tomou posse a diretoria eleita para o biênio 2010-2011. Fatima Brito é a primeira mulher a assumir a presidência e tem pela frente alguns desafios, como o de fortalecer a entidade, ampliar o número de associados, participar da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e organizar o I Congresso Brasileiro de Centros e Museus de Ciência, previsto para agosto.
Durante a reunião, os associados firmaram o compromisso de atualizar o Programa Nacional de Popularização da Ciência e articular propostas para a 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia que apresentem os desafios para os próximos 10 anos. A nova diretoria quer, ainda, ampliar o número de centros e museus de ciência no Brasil, para proporcionar uma distribuição mais equilibrada em todo o país, e estimular a pesquisa e o investimento na área de turismo científico.

A caminho da popularização da ciência

A ABCMC nasceu, em 1999, para unir ideias, compartilhar experiências, projetos e possibilitar um grande intercâmbio de recursos e informações entre centros e museus de ciência de todo o Brasil. Bem como identificar, fortalecer e difundir áreas e atividades de cooperação, apoiando programas de divulgação científica e articulando uma Política Nacional de Popularização da Ciência.

Nos últimos anos, a associação tem sido destaque nos encontros da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC com o Circo da Ciência, um palco de exposições dos associados e parceiros que atrai centenas de crianças e jovens curiosos. Em 2009, lançou, em parceria com a Casa da Ciência da UFRJ e o Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, o guia de Centros e Museus de Ciência do Brasil, que oferece informações sobre 190 instituições espalhadas pelos quatro cantos do país.

Nova diretoria

Experiência de impacto
Alunos e professores mostram na SBPC Jovem que, apesar das dificuldades financeiras, é possível tornar o ensino de Ciência mais interessante e produtivo

Educarede
08/08/2003
Por Cida Capo de Rosa

Imagine a cena: durante a feira de Ciência da 11ª SBPC Jovem, alunos de uma escola estadual de Recife foram apresentados a um senhor que queria tirar fotos ao lado deles. Atendendo ao pedido, todos se ajeitaram e foram fotografados. Quando o homem partiu, o professor Paulo Faltay disse baixinho à turma que aquele era Keith Campbell, responsável pela clonagem da ovelha Dolly.
“Vocês podem imaginar o impacto disso para aqueles estudantes?”, pergunta Faltay – professor do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e assessor especial do Espaço Ciência de Pernambuco -, que naquele momento tinha revelado a identidade do cientista para os jovens.
Para Paulo Faltay, que atuou diretamente na organização do evento vinculado à 55ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o episódio é um exemplo da importância da SBPC Jovem no intercâmbio de estudantes e professores com outros estudantes e professores e, principalmente, com cientistas.

“É fator primordial para o resgate de uma escola pública de qualidade. Afinal, a educação voltada para a popularização da ciência é fundamental para a democratização dos conhecimentos como um todo. E este ensino, sempre vinculado ao cotidiano das crianças, deveria ser introduzido já nas primeiras etapas da educação infantil”, analisa.
O SBPC Jovem é realizado desde 1993. Acontece junto com a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que existe desde 1948 e é ponto alto das atividades da mais importante e abrangente associação científica brasileira. A reunião júnior é a realização do desejo de alguns cientistas que enxergavam a necessidade de diminuir a distância entre a ciência e a escola, além de atrair a sociedade em geral que não estava envolvida diretamente com a pesquisa científica.
“É uma oportunidade para troca de conhecimentos, de proporcionar ao jovem o direito de saber fazer ciência e também um momento de reflexão sobre a educação básica brasileira”, avalia Thereza Maria Paes Barreto, diretora do Colégio de Aplicação da UFPE e vice-coordenadora do evento em Recife.
O evento, paralelo à 55ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), foi realizado de 13 a 18 de julho na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), reuniu 126 escolas públicas e particulares de todo o país. Cerca de 80 trabalhos avaliados e aprovados por uma comissão das duas instituições foram expostos para os mais de 25 mil visitantes interessados em conhecer iniciativas de universidades, centros de pesquisa e escolas brasileiras. A 55ª Reunião, destinada à divulgação científica para cientistas e universitários, teve mais de 11 mil participantes inscritos e apresentação de 4.120 trabalhos científicos.
Estréia com lixão
Para os alunos da 3ª série do ensino fundamental da Escola Municipal André de Melo, de Recife, as visitas ao lixão de Muribeca, na vizinha Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife), foram mais que lições sobre o lixo e a incipiente cultura da reciclagem no Brasil. Essas atividades práticas do projeto Lixo: reduzir, reaproveitar e reciclar, realizadas desde o ano passado, permitiram a primeira participação num encontro da importância da SBPC Jovem.
“Foi maravilhoso para nossos professores e alunos compartilharem com pessoas de todo o país o que descobriram visitando aterros sanitários e empresas de limpeza urbana. Essa experiência, que está sendo disseminada em nossa comunidade, será aprofundada e ampliada a todas as séries, para que a médio e longo prazo possamos influir nesta séria questão social”, avisa a dirigente Maria Elizabeth Santos. Segundo ela, toda a equipe escolar está entusiasmada e já busca meios para cobrir os gastos que terão para participar das próximas edições da SBPC Jovem, que a cada ano tem sede em um Estado brasileiro diferente.
Cardápio de projetos
Ao contrário da André de Melo, a Escola Estadual Dona Idalina Macedo Sodré, de São Caetano, São Paulo, esteve pela sétima vez consecutiva na SBPC Jovem. Este ano, a escola, que participou também da 55ª Reunião do SBPC, exibiu oito dos principais projetos trabalhados desde 1993 no Centro Educacional para o desenvolvimento de projetos (CEDP).
As experiências mostradas estudam questões que vão da problemática das drogas ao desperdício e poluição da água, de estudos práticos em laboratório sobre plantas carnívoras, clonagem, análise do teor de vitamina C de algumas frutas e o uso medicinal e alimentício da planta dente-de-leão, além de alternativas para estimular o interesse dos alunos pelo estudo de língua portuguesa e literatura.
Mas é a oficina “Novas Tecnologias Aplicadas ao Ensino Público” a que merece destaque. “Mais do que mostrar a forma como utilizamos as ferramentas tecnológicas – a informática, por exemplo -, contamos a história de como esta escola pública há dez anos contornou a falta de recursos e equipamentos, buscou apoio de universidades, firmou parcerias com a iniciativa privada e uniu alunos, pais e professores em torno do objetivo comum de melhorar a qualidade do ensino”, explica Eduardo Maldonado, professor de Ciências e Matemática que coordena o CEDP em parceria com os alunos.
Quando o centro foi criado eram trabalhados apenas quatro projetos orientados pela Escola do Futuro da Universidade de São Paulo. Hoje são desenvolvidos mais de 20, sendo a maioria em parceria com o poder público municipal e voltados para a comunidade. Essa experiência tornou a escola conhecida e respeitada inclusive pela rede privada. Motivou inúmeros convites para simpósios e congressos em todo o Brasil e também em países do Oriente Médio, Europa e Estados Unidos.
Em 2002, o Idalina foi premiado com o projeto Energia Solar, desenvolvido pelos alunos do primeiro ano do ensino médio. Há dois anos, durante a nona SBPC, em Salvador, conquistou o prêmio Jovem Cientista na categoria criatividade pelo conjunto do trabalho apresentado. Em 1999, em Porto Alegre, a escola bateu seu recorde e teve 13 projetos apresentados. Na ocasião, em cerimônia oficial, seus representantes receberam a chave da cidade das mãos do secretário estadual de Educação do Rio Grande do Sul.
Escolas enfrentam dificuldades
O reconhecimento, porém, não diminui as dificuldades enfrentadas pelo grupo da Escola Estadual Dona Idalina Marcelo Sodré, de São Caetano (SP), premiado em edições anteriores do evento. Anualmente são necessárias muitas rifas, festas e peregrinações pelos gabinetes de secretários estaduais e municipais de ensino, além de visitas a empresas privadas em busca de patrocínio para a viagem e os projetos.
Segundo a direção da escola, neste ano, a Prefeitura de São Caetano, que costumava contribuir, não pôde ajudá-los. A passagem de avião, hospedagem, alimentação e traslados dos vinte alunos que estiveram em Recife – dez foram cortados na última hora – foram pagos com R$ 19 mil repassados pela Secretaria Estadual de Educação, R$ 5 mil por empresas privadas da cidade e R$ 3 mil angariados entre pais e amigos dos estudantes. O grupo tem ainda dívida de R$ 3 mil, que deverá ser saudada com festas e doações.
Outra dificuldade enfrentada pelas escolas públicas é a falta de apoio de algumas secretarias de educação e, principalmente, da própria direção. “Muitos dirigentes estão em descompasso com as diretrizes pedagógicas oficiais que privilegiam projetos como ferramenta para melhorar a educação. A maioria só enxerga dificuldades e não vê as vantagens e benefícios para a formação dos alunos”, afirma o professor Eduardo Maldonado.
O químico Ivo Leite, da Estação Ciência, destaca também o desconhecimento sobre estes eventos como obstáculo para a participação. “Todas escolas podem enviar projetos para serem avaliados e aprovados pelas comissões do SBPC Jovem. Mas normalmente o fazem aquelas que têm vínculo com universidades ou centros de pesquisa, ou seja, instituições que detém e disseminam informações”, diz.
Poucas inscrições
Apesar de todas as oportunidades oferecidas pela reunião anual, ainda é pequena a participação direta das escolas. Apenas 79 – sendo 14 públicas – inscreveram trabalhos este ano. A baixa procura levou a comissão organizadora a uma decisão inédita em 11 anos: aprovar todos os inscritos. “Para se ter uma idéia, a Feira Estadual de Pernambuco, espécie de SBPC Jovem local, recebeu ano passado 144 inscrições. Para este esperamos pelo menos 150”, compara Paulo Faltay.
Segundo ele, a justificativa mais comum é a falta de recursos financeiros. Entretanto, acredita que entre as principais razões esteja a falta de interesse e de incentivo, já que as políticas educacionais não privilegiam o ensino científico. Em relação às escolas particulares, o professor esperava maior participação apesar de ter ouvido de alguns diretores o lamento de que a reunião acontece justamente num mês de férias.
Maria Mercedes Valadares Guerra, pesquisadora e integrante da diretoria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, crê que a pequena participação não impede os objetivos. Segundo ela, a SBPC Jovem visa divulgar experimentos do cotidiano de uma criança por meio de técnicas simples e materiais acessíveis a todos, de modo que fenômenos do dia a dia sejam entendidos com facilidade.
“Esperamos que as escolas participantes multipliquem essas informações entre as demais de suas redes”, afirma. A pesquisadora acredita que a participação de muitos estabelecimentos se dê em função do interesse pessoal de alguns professores ou coordenadores, que em muitos casos não têm apoio da direção da escola ou mesmo da diretoria de ensino.
Para reverter esse quadro e criar e incentivar o interesse coletivo pelo ensino e aprendizado de Ciências, Mercedes entende ser necessário um trabalho preliminar e sistemático entre a SBPC e as secretarias de educação. “O ideal seria trabalharmos em etapas com a participação das escolas desde a fase preparatória da reunião.
Numa etapa posterior, teríamos condições de estabelecermos prioridades para a montagem de experimentos e até iniciar um laboratório na escola ou mesmo o embrião de um Museu de Ciências para a cidade, claro que com recursos públicos. Afinal somos carentes de espaço para divulgação científica”, conclui.
SBPC vai reforçar contribuição à Educação Básica
O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o físico Ennio Candotti, confirmou a participação da instituição na Mobilização Nacional pela Educação, Ciência e Cultura. “Vamos mobilizar corações e mentes em prol da melhoria do ensino fundamental e médio no País”, declarou. O convite à SBPC para participar da mobilização foi feito pelo próprio Ministro da Educação, Cristovam Buarque, durante a realização da 55ª Reunião Anual da SBPC.
Um dos primeiros passos da instituição é promover nos próximos doze meses, em dez estados do país, dez reuniões especialmente dedicadas aos professores do ensino fundamental e médio – semelhantes às do SBPC, que já se realizam há mais de 50 anos.
A intenção da SBPC, segundo Candotti, é realizar em cada reunião, com duração de cinco dias, cerca de 20 cursos, 20 conferências, 10 mesas-redondas e 30 oficinas de trabalhos práticos em ciências e artes. A SBPC pretende registrar estas atividades e retransmiti-las, com o acompanhamento dos participantes em tempo real, para o interior do Estado onde ocorrer a reunião.
O material registrado, escrito e gravado, acumulado a partir desses eventos, constituirá valioso acervo para a SBPC que, em seguida o colocará à disposição do Ministério da Educação e das escolas públicas de todo o País.
De acordo com Candotti, a SBPC também irá colaborar para o aprimoramento dos professores do ensino fundamental e médio por meio de outras atividades, como a atualização dos currículos e das matérias que são lecionadas nas escolas pelo estreitamento das relações entre cientistas e professores.
Outro desejo da SBPC, segundo o presidente, é atualizar os alunos com relação ao que acontece no mundo. Ele acredita que as últimas descobertas científicas como a clonagem, os satélites e os ventos solares são fatos distantes da realidade dos alunos do Ensino Fundamental e Médio. “Eles vêem acontecerem coisas que não são explicadas, que não fazem parte da escola”, salientou.
A retomada da discussão sobre a autonomia universitária e a preservação da valorização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) também foram discutidos por Cristovam Buarque e Candotti, que exerce seu terceiro mandato na instituição, desde de 1989.
(Fonte: Vilany Kehrle, do MEC)

Agência Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
16/07/2003 15:18
Por André Muggiati, do Recife

(Agência FAPESP) – Formada no Reino Unido, a engenheira química nigeriana Elizabeth Rasekoala sempre se sentiu isolada, invisível e marginalizada na comunidade científica da Inglaterra. O motivo, em sua opinião, é que, apesar de possuir PhD em sua área de atuação, Elizabeth é negra, africana e mulher.

Apesar disso, a cientista não defende o sistema de cotas para negros em universidades. “Eu entendo a ansiedade das pessoas em querer resolver o problema logo, com a criação das cotas, mas acho que a questão deve ser abordada aonde a desigualdade se origina, ou seja, no início do sistema de ensino”, disse durante a conferência Inclusão Social na Ciência: Desafios e Oportunidades para Ação para a Mudança em Gênero, Raça e desigualdade Sócio-Econômica, durante o 55ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Para Elizabeth, um país como o Brasil não deve adotar o modelo norte-americano de cotas, mas deve se voltar para o enfrentamento do problema, como fazem hoje os países europeus, entre eles a Inglaterra. Nesse país, ela fundou a ONG African-Caribbean Network for Science & Technology, que trabalha na promoção de políticas públicas para a inclusão de jovens de origem africana e caribenha no sistema público de ensino.

“Hoje em dia, as escolas e universidades que praticam a inclusão social estão recebendo mais dinheiro”, explica. O sistema funciona com um monitoramento étnico das escolas desde o ensino fundamental, com a fixação de objetivos a serem alcançados.

Elizabeth também ressaltou a necessidade de o sistema de pesquisa priorizar temas relacionados com a realidade sócio-econômica do país e com a inclusão social. “De que adianta, por exemplo, o Brasil enviar uma missão tripulada à Lua. Só para dizer que os brasileiros são bons porque um brasileiro foi à Lua? Creio que, em vez disso, os recursos devam ser priorizados para o desenvolvimento do país segundo sua própria agenda, sem entrar na competitividade científica mundial”, disse. Ela citou o exemplo de Cingapura, que “atingiu o desenvolvimento segundo sua própria agenda e hoje é o país com maior inclusão social e o melhor ensino de ciências e matemática do mundo”.

Elizabeth veio ao Brasil a convite da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência.

O Globo On line
15/07/2003 – 17h10m
Por Fernando Moreira, enviado especial

RECIFE – A historia da ciência no século XX começou a ser mudada com uma frase: “Descobrimos o segredo da vida”. Assim o biólogo britânico Francis Crick anunciou, em um almoço com a amigos em um pub de Cambridge, que acabara de descobrir a estrutura da molécula de DNA, a substância que carrega o código genético, com ajuda do americano James Watson. Era 38 de fevereiro de 1953. Para comemorar os 50 anos da façanha, foi inaugurada em Recife nesta terça-feira a exposição “DNA50”, parte da 55ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com o patrocínio do British Council, da embaixada da Grã-Bretanha e Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência.

– A descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA por Crick e Watson em Cambridge foi uma das mais importantes façanhas científicas do século XX. Isso revolucionou nossas vidas e abriu campos de pesquisa que no inicio dos anos 50 pareciam ficção cientifica – disse David Cooke, diretor para o Brasil do British Council.

Cooke afirmou, ainda, que um dos objetivos do governo britânico na divulgação dos avanços na área da pesquisa genética e promover a cooperação entre organizações no Brasil e na Grã-Bretanha.

A abertura da exposição na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) contou com a presença do embriologista britânico Keith Campbell, um dos criadores da ovelha Dolly, o primeiro clone de um mamífero adulto.

– O desenvolvimento de Dolly e a clonagem de outros seres vivos não seriam possíveis sem a inovação apresentada por Crick e Watson e os estudos sobre DNA nesses 50 anos – afirmou Campbell.

Graças à descoberta da estrutura, muitos outros cientistas puderam desenvolver técnicas de manipulação dos genes, como o desenvolvimento de anticorpos monoclonais, exames de DNA e o mapeamento genético.

Apesar dos avanços da genética após a descoberta, ainda existe uma característica não-explicada nos chamados organismos superiores. Os cientistas ainda não tentam entender a função do chamado DNA-lixo, um grande número de grandes trechos que não parece conter qualquer instrução genética.

Respeitável público, o espetáculo começou! Sendo convidado para visitar um labirinto escuro e descobrir as dificuldades de um analfabeto ou brincar e conhecer os 35 séculos de história da Matemática, quem foi ao primeiro dia de atividades da 55º Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), provavelmente, saiu com a sensação de que o show da ciência e da tecnologia começou, ontem, no campus da Universidade Federal de Pernambuco. A impressão fica por conta das tendas da 11º SBPC Jovem que abrigam, até sexta-feira, exposições interativas, vindas de todos os centros de ciências do Brasil, inclusive do Espaço Ciência, de Pernambuco.

O Circo de Ciência Popular, armado em frente ao Colégio de Aplicação da UFPE, encantam crianças e adolescentes logo na entrada com os brinquedos do Espaço Ciência. Um super xadrez, em que os jogadores podem andar no tabuleiro, e garrafas que ensinam a relação entre volume e sons musicais. Lançado na SBPC esse ano, o Circão mantém a tradição do Estado de acrescentar algo inédito ao evento sempre que o sedia. “Foi assim com a própria SBPC Jovem, que foi inaugurada aqui há 11 anos”, ressaltou Antônio Carlos Pavão, diretor do Espaço Ciência e integrante da comissão organizadora da SBPC.

Segundo ele, apesar da programação, que funciona das 8h às 18h, ser destinada a alunos e professores do Ensino Médio e Fundamental, todos os interessados podem participar. “Os temas tratados são atuais e trata-se de uma oportunidade para o público em geral ver o que está sendo feito e se atualizar”, justifica.

Ontem, a Exposição do DNA, trazida pelo Espaço Ciência, British Council e Embaixada Britânica, foi uma das mais disputadas. Ela conta a história do DNA através de painéis com fotos e textos e expõem um modelo da hélice dupla do DNA, sua estrutura. Apesar de já poder ser visitada, a mostra será aberta oficialmente hoje, às 13h, com a presença de Keith Campbell, um dos criadores da ovelha Dolly, que lotou o auditório durante sua conferência ontem. No mesmo momento, será lançado o livro Watson e Crick: a história da descoberta da estrutura do DNA, do professor emérito da UFPE, Ricardo Ferreira.

O estande do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da Universidade de São Paulo, em São Carlos, despertou o interesse, especialmente em crianças e professores. Com o projeto Abc na Educação Científica – a mão na massa, que utiliza copos e pedras, ele mostra que ensinar uma criança é fazer ela criar ciência. “O aluno parte de uma hipótese e vai verificar o resultado com o uso de materiais do dia a dia. Assim, ela trabalha questões como densidade ou ponto de ebulição da água. No fim da experiência, a criança prepara um relatório, incentivando a escrita”, explicou Dietrich Schiel, diretor do CDCC.

O espaço alternativo também funciona como mostra de trabalhos individuais. Ivan Márcio, 25 anos, que possui curso técnico em mecânica e elétrica veio de Surubim (PE) para mostrar seu robô, que montou sozinho com sucata de computador que, segundo ele, serve para armar e desarmar bombas e até apagar incêndios. “Como ganhei o prêmio do Ciência Jovem, em 1998, eles me convidaram para participar. Trouxe o meu projeto A robótica à serviço da vida”, contou.

ComCiência
10/07/2003
Por Ernest Wolfgang Hamburger

Museus e Centros de Ciências são importantes locais de divulgação científica. Esses museus surgiram nos países industrializados para guardar a memória técnica e científica e para mostrar à população as realizações técnicas e científicas da nação, e também estrangeiras. Durante o século XX foram introduzidas exposições interativas, em que os visitantes mexem nos experimentos, para estimular a curiosidade e a compreensão de conceitos científicos pelo público leigo. Centros de Ciências, menores e voltados para a educação, foram fundados, principalmente nos Estados Unidos e na França, após 1960.

No Brasil, os Museus Nacional, no Rio, e Goeldi, em Belém do Pará, foram pioneiros, no século XIX, em coleções antropológicas, geológicas, biológicas e históricas. Centros de ciências foram fundados a partir de 1965 e principalmente após 1980. A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências, ABCMC, tem um cadastro de mais de cem instituições, em geral pequenas e fundadas há menos de 15 anos.

A Estação Ciência, Centro de Difusão Científica, Tecnológica e Cultural da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo – USP, foi fundada pelo CNPq em 1987, e passou para a USP em 1990. Funciona em uma antiga fábrica, reformada, com 5.000 metros quadrados, junto à estação de trens metropolitanos do bairro da Lapa, a sete quilômetros do centro de São Paulo.

Recebe cerca de duzentos mil visitantes por ano, principalmente alunos do ensino fundamental e médio. O número é limitado pelo tamanho do prédio e do corpo de funcionários, e é pequeno para uma metrópole de 20 milhões de habitantes. Em geral os visitantes se interessam e gostam. Estudantes universitários são treinados como monitores para receber os visitantes e dar explicações. As exposições são de astronomia, física, meteorologia, hidrologia, matemática, informática, geologia e petróleo, geografia e urbanismo, história, biologia, entre outras. Foram preparadas com auxílio de pesquisadores da USP e de outras entidades, com apoio de CNPq, Fapesp, Fundação Vitae e Petrobras, entre outras.

A Estação Ciência desenvolve outras atividades: cursos para professores, profissionais e interessados; conferências; congressos; mostras e feiras; produção de peças de teatro com conteúdo científico; empréstimo de aparelhos para escolas; iniciação científica de alunos de sexta série do ensino fundamental; Projeto Clicar – que inicia em ciências e sociabiliza crianças em situação de rua; Projeto Mão na Massa – para estimular o ensino de ciências desde as primeiras séries do ensino fundamental, junto com a alfabetização; produção de materiais para divulgar ciências na Internet e por vídeo; publicação de livros sobre divulgação científica etc.

Cada exposição e atividade comporta trabalhos de pesquisa e desenvolvimento em ciência, arte e comunicação: Como organizar o conjunto de exposições e cada uma em particular? Como despertar o interesse do visitante? Qual a linguagem da difusão e sua relação com a linguagem científica? Qual o papel dos monitores e como devem ser treinados? Para cada fenômeno ou conceito, que experimento ou explicação devem ser fornecidos? O que um visitante efetivamente aprende ou aproveita? São múltiplos os desafios da divulgação científica!

Agência CT / Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
27/03/2003 19:10:17

A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) quer ajudar o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) a popularizar a ciência. Em audiência com o ministro Roberto Amaral, em Brasília, o presidente da associação, José Ribamar Ferreira disse que está empenhado em desenvolver, em conjunto com o ministério, “uma rede de popularização da ciência e tecnologia no país.

As propostas apresentadas ao ministro foram: a interiorização dos museus de ciência e tecnologia do país e a criação de um portal, que reúna as informações sobre as entidades, que trabalham a alfabetização científica.José Ribamar lembrou, ainda, que o MCT pode ajudar a ABCMC a incrementar a participação das secretarias estaduais nas atividade de educação e disseminação dos associados nos diversos estados. Para Ribamar, uma futura articulação de parceria com o ministério é essencial para um projeto amplo de popularização da ciência em todo o país.

Composta por 40 associados, Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência tem como objetivo o incentivo às articulações entre os diversos museus na troca e circulação de exposições e projetos entre os centros de ciência de todo país. Três de suas entidades são vinculadas ao MCT: o Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST, o Museu Paraense Emílio Goeldi e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Dentro das prioridades do MCT, segundo deixou claro o ministro Roberto Amaral, em vários de seus discursos, está a popularização da ciência, área na qual as propostas feitas pelo presidente da ABCMC serão analisadas.

Laboratórios de ciências serão distribuídos em municípios que integram rede da Fundação Abrinq
Agência CT / Ministério da Ciência e Tecnologia
O critério para a escolha das 400 cidades que serão contempladas com os laboratórios de ciências do Ministério da Ciência e Tecnologia irá considerar a rede formada pelo programa Prefeito Amigo da Criança da Fundação Abrinq. É o que foi definido em reunião realizada esta semana entre o Secretário de C&T para Inclusão Social, Jocelino de Menezes, o Diretor-presidente da Fundação, Rubens Naves e o Gerente de Mobilização de Recursos, Luís Vieira Rocha.
Os laboratórios fazem parte do programa A Ciência é de Todos, que tem, entre outros objetivos, melhorar o ensino de ciências. As escolas receberão equipamentos que irão auxiliar o aluno no aprendizado de matérias como biologia, física, química e matemática. Segundo Naves, a Abrinq, através do programa Prefeito Amigo da Criança, construiu uma rede de mais de 600 municípios que desenvolvem políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente, premiando as iniciativas de maior impacto.
O projeto A Ciência é de Todos tem como diretrizes ações de popularização da ciência e de formação continuada de professores, criando novas metodologias de ensino das ciências, a partir das realidades locais. “Adotar, como um dos critérios, essa rede de prefeituras da Fundação Abrinq é uma garantia de implantar laboratórios em cidades que tenham comprometimento com um projeto social sólido”, afirma Jocelino de Menezes.
Fundação Vitae e Instituto Ethos
Ainda em São Paulo, o Secretário do MCT teve reuniões na Fundação Vitae e no Instituto Ethos, na busca de desenvolver trabalhos em parceria. Na Vitae, uma entidade que apóia projetos nas áreas de cultura, educação e promoção social, uma das propostas discutidas foi a abertura de edital para financiar projetos de melhoria em museus e centros de ciências. Em reunião com a gerente de projetos de educação da entidade, Conceição Bongiovanni e com o diretor-presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências (ABCMC), José Ribamar Ferreira, foi proposta a formulação de uma política de investimentos em popularização da ciência para os próximos quatro anos.
Já no Instituto Ethos, a reunião foi motivada pelo projeto do MCT de criar um Banco Nacional de Tecnologias Sociais. O Secretário de Inclusão Social está buscando parceria e sugestões com entidades diversas, que já construíram uma base de dados própria, com experiências de todo o Brasil. “A forma de participar desse projeto será estudada pelo nosso Instituto”, afirmou Paulo Itacarambi, diretor executivo do Ethos, que já adiantou o interesse da entidade em trabalhar o tema da responsabilidade social e competitividade junto com o MCT.

Cláudia Soares – Assessoria de Imprensa do MCT

ComCiência
10/02/2003

Ildeu de Castro Moreira fez parte da equipe de transição do Governo Lula na área de Ciência e Tecnologia, é físico e docente do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre suas atividades, Moreira ainda encontra tempo para editar livros de divulgação científica, área que tem ajudado a impulsionar. Nesta entrevista, concedida à ComCiência, ele explica que ainda não existe um programa de popularização da ciência estabelecido no novo governo, mas como a área foi considerada prioritária desde o programa de governo, deverá contar com ações governamentais somadas à ampla participação dos setores interessados e atuantes na produção e na transmissão de conhecimentos e na divulgação científica. Para um programa de popularização eficiente será preciso, de acordo com Moreira, desenvolver ações criativas, que levem em conta as condições específicas e a cultura nacional.

ComCiência – O ministro da educação, Cristovam Buarque, fez um apelo aos estudantes universitários para que participem do projeto de erradicação do analfabetismo no país. As nossas universidades estão suficientemente envolvidas com os problemas sociais?
Moreira – A tradição universitária brasileira é ainda muito jovem, se comparada com a européia. A nossa rede de universidades públicas tem muitos méritos e uma amplitude grande, embora abarque uma parte pequena do total de universitários reais ou potenciais. Algumas dessas universidades se destacam por uma pesquisa de qualidade em diversas áreas. Mas deve ser reconhecido que, no geral, o desempenho dessas instituições, no que se refere à sua contribuição para o enfrentamento de problemas sociais e econômicos, está muito aquém do desejado e do possível. A proposta do ministro da Educação vai na direção correta de um engajamento maior das universidades – com sua capacidade física e seus professores, estudantes e funcionários – com a sociedade brasileira. A questão do analfabetismo é um problema social grave que deve ser atacado de forma rápida e eficaz. Acho, no entanto, que não devemos nos limitar a esse ponto. A universidade brasileira e as instituições de pesquisa têm um potencial muito grande em vários domínios e ele deve ser melhor utilizado. Para isto eles devem ser cobrados, mas também ser valorizados e devem ser estabelecidas metas que estejam de acordo com suas competências.

ComCiência – E qual pode ser o papel das universidades na divulgação científica?
Ildeu – Você tocou em um ponto importante em que a universidade brasileira poderia contribuir significativamente: as atividades de divulgação científica. Por exemplo, se os alunos das universidades públicas têm ensino gratuito, e acho que devem continuar a tê-lo, isso poderia ser compensado com um maior engajamento em atividades voltadas para problemas nacionais ou locais. Se isso for bem feito, os alunos, ao dedicarem algum tempo de sua formação para atividades de apoio a escolas, à campanha contra a fome, à popularização da ciência, à melhoria da saúde etc, estariam colaborando socialmente e adquirindo uma melhor formação cidadã, conhecendo melhor seu país e sua realidade. Nessas atividades, que poderiam estar relacionadas às suas preferências profissionais, os estudantes estariam também aprendendo conteúdos e práticas importantes de sua área de trabalho. Eles deveriam evidentemente ser orientados adequadamente por professores ou profissionais competentes. Tanto as universidades como as instituições públicas de pesquisa, sem prejuízo de suas atividades essenciais de ensino e pesquisa, deveriam ser estimuladas pelo novo governo a participar de um verdadeiro mutirão para a melhoria da formação dos brasileiros, aí incluída a educação científica.

ComCiência – As publicações impressas que tratam de C&T no Brasil têm alto custo. Os programas da TV satélite são restritos àqueles que podem pagar pelo seu acesso e a maior emissora de canal aberto brasileira transmite seu programa de ciência em horário nada privilegiado. Ou seja, a dita popularização de ciência é ainda muito tímida no país. Por que isso ocorre?
Ildeu – Creio que podemos entender isso se olharmos a história de nosso país e a compararmos com as de outros. Na Europa, por exemplo, a ciência moderna surge no século XVII pari passu com um desenvolvimento econômico e social escorado no capitalismo. Ela tem ali uma profunda inserção na estrutura social e permeia sua cultura. Os países avançados construíram estruturas educacionais estáveis e abrangentes desde o século XIX. Outros países, especialmente no Oriente, desenvolveram-se tecnologicamente de forma diferente e mais acelerada, dentro de políticas educacionais direcionadas e de estímulo à inovação e ao desenvolvimento industrial. No Brasil, atividades científicas sistemáticas surgiram muito tarde em sua história. Nossas universidades são recentes. Por outro lado, grande parte da população sempre foi mantida à margem do conhecimento e do ensino formal. Muito disso por ausência de políticas (a ausência de política é, de fato, uma maneira de manter o status quo) de longo prazo. A educação científica nas escolas, no geral, sempre foi deficiente porque não havia motivações políticas ou econômicas esclarecidas que a estimulassem. Do lado da chamada educação informal, incluída aí a divulgação científica, apesar de terem existido, ao longo das décadas, muitos indivíduos e iniciativas generosas, ela raramente alcançou um universo mais amplo. Dentro desse quadro, a mídia impressa e televisiva, e especialmente esta, não tomou, no geral, a difusão científica como uma questão digna de ser considerada seriamente.

ComCiência – E isso restringiu a divulgação?
Ildeu – Ilustro com um exemplo. Os museus e centros de ciência brasileiros embora tenham crescido nos últimos anos, têm ainda pequena capacidade de difusão científica e as universidades, apesar de esforços localizados, pouco fazem nesta linha. Enquanto em países desenvolvidos da Europa e nos EUA existe uma rede grande de museus e centros de ciência, freqüentados anualmente por parcela significativa da população, no Brasil a disponibilidade de locais e a taxa de visitação a tais instituições alcançam níveis ainda muito baixos. Não se pode esquecer que existem também desigualdades regionais na distribuição de tais instituições e no acesso à informação qualificada sobre a ciência, seus conteúdos e seu funcionamento. Grande parte dessas iniciativas estão altamente concentradas em São Paulo e no Centro-Sul do país e, mesmo aí, em áreas privilegiadas econômica e socialmente.

ComCiência – Como vai funcionar o Programa Nacional de Popularização da Ciência no novo governo?
Ildeu – Eu participei da elaboração da proposta para se estabelecer um programa nacional de popularização da ciência. Algumas linhas gerais estão no programa do novo governo e emanaram também de um documento entregue aos candidatos presidenciais por vários museus e centros de ciência, cientistas e comunicadores em ciência.Não se pode falar, portanto, de um programa de popularização de ciência do novo governo. Mas a intenção parece clara. O ministro [da ciência e tecnologia] afirmou em seu discurso de posse, literalmente: “Prioridade daremos à árdua tarefa de popularização das questões da ciência e da tecnologia. Trata-se de tarefa da maior importância política e ideológica. Precisamos levar a ciência para o dia a dia de cada brasileiro, para que cada cidadã e cidadão, cada contribuinte, entendendo a importância da pesquisa e da inovação na qualidade de sua vida, se transforme em seu defensor. Mobilizaremos todas as forças disponíveis.”Existem algumas propostas gerais para a constituição de um programa e que já avançam na direção de medidas concretas. Ele deve surgir de uma ação governamental e ser formulado e implementado a partir de uma discussão ampla com os setores interessados e atuantes na produção e na transmissão de conhecimentos e na divulgação científica. O fato de haver um processo de construção democrática do programa não significa, no entanto, que se deva gastar um tempo enorme com isto; alguns meses de uma ação bem articulada bastariam.

ComCiência – Quais seria essas propostas?
Ildeu – Entre os pontos centrais que foram propostos inicialmente menciono: a necessidade e o processo para a formulação do próprio programa nacional de popularização da ciência; a necessidade de ampliação de recursos para as atividades de divulgação científica, que poderiam vir do poder público ou de parcerias com empresas estatais e empresas privadas; uma melhor articulação entre os museus e centros de ciência existentes; a criação, por todo o país, em articulação com governos estaduais e municipais, de oficinas e centros que integrem ciência, arte e cultura. Tratar-se-ia de utilizar espaços públicos, como escolas, prédios históricos, estações de trem (existem centenas dessas no país que estão desativadas ou com uso inadequado), para criar tais centros, em colaboração com instituições locais e com os governos estaduais e municipais; o estabelecimento de mecanismos para estimular as universidades públicas (e seus professores e alunos) a se integrarem num grande esforço de divulgação científica de qualidade; o uso das TVs educativas e universitárias para a divulgação científica; a implementação de mecanismos para uma maior participação popular nas questões referentes à C&T, como já ocorre em outros países como a Dinamarca, Canadá e Inglaterra.A Associação Brasileira de Museus de Ciência está atenta à questão; a SBPC tem também uma longa tradição de se empenhar nessa direção. Além disso, há o exemplo externo. Existe todo um movimento em vários países de buscar favorecer uma popularização da ciência mais efetiva e que atenda às necessidades de um cidadão atual. Em muitos deles, a iniciativa privada tem atuado na criação de museus de ciência ou apoiado projetos de divulgação. Por que as grandes empresas estatais brasileiras não apoiam projetos de popularização da ciência? É correto que apoiem (com critérios que busquem ampliar o seu alcance social) projetos culturais, mas ciência também não é cultura? E, na medida em que a população estiver melhor informada e mais participante em relação a temas e escolhas científicas e tecnológicas isto não poderá contribuir para a melhoria, por exemplo, da economia de energia ou da preservação ambiental?

ComCiência – Na sua opinião quais poderiam ser as primeiras ações?
Ildeu – Creio que se deveria iniciar logo uma discussão sobre a constituição de um programa deste tipo, envolvendo as sociedades científicas, FAPs [Fundações de Amparo à Pesquisa], museus e centros de ciências, universidades e instituições de pesquisa, grupos de pesquisa na área (como o Labjor), setores empresariais e entidades da sociedade civil. A reunião anual da SBPC poderia ser um bom momento para um balanço dessa iniciativa. Como isso será feito depende também da ação do novo governo. Uma iniciativa deste tipo deverá contar com a atuação não só do MCT, mas também do MEC [Ministério da Educação] e do MINC [Ministério da Cultura]. Os governos estaduais e municipais têm evidentemente um papel importante na definição e implementação de políticas regionais para a difusão científica e tecnológica.

ComCiência – Existe algum modelo de popularização científica no qual o programa do novo governo está se inspirando?
Ildeu – Existem programas nacionais de popularização da ciência em vários países. Na formulação das propostas, e insisto em dizer que elas têm ainda um caráter incipiente, levamos em conta experiências que foram ou estão sendo implementadas em alguns deles. A Grã-Bretanha tem uma longa tradição em divulgação científica de qualidade e programas e atividades em caráter nacional que costumam envolver milhões de pessoas. Mas mesmo ali existe uma discussão permanente sobre os êxitos, fracassos e limitações destes programas. Eles têm, por exemplo, uma campanha nacional – Respect – para atrair jovens negros, da comunidade afro-caribenha, para a ciência. A China desenvolve interessantes experiências, especialmente no meio rural.
Eles têm uma estrutura de ”vans da ciência” e um ”trem da ciência” que percorre mais de 4 mil km. A Índia, com sua cultura multifacetada e levando em conta conhecimentos locais milenares, tem conseguido êxito em algumas províncias. No México surgiram, na última década, vários e grandes museus de ciência. Na África do Sul existe um fundação nacional que cuida da questão. A Austrália tem também projetos integradores para todo o país. O Chile criou um programa nacional de divulgação científica. No entanto, alguns desses programas nacionais tendem a ver a questão da popularização da ciência de um ângulo estreito e tratam apenas de “alfabetizar” cientificamente as pessoas, de forma unidirecional e dentro de uma concepção elitista do processo.
Mas essas práticas estão sendo questionadas e revistas na direção de levar em conta as audiências e suas experiências e de abrir espaço para a discussão de questões polêmicas advindas do desenvolvimento científico e tecnológico, seus benefícios, riscos, incertezas e impactos sociais. É claro que esses exemplos internacionais não devem ser tomados como modelos e copiados diretamente, mas como experiências importantes que devem nos inspirar. Em nosso contexto sócio-cultural devemos buscar desenvolver ações criativas e que levem em conta nossas condições específicas e nossa cultura.

Na rampa de lançamento
Nunca houve, no Brasil, tanta vontade, acompanhada de medidas concretas, de levar ciência à sociedade

Revista Educação
Agosto de 2002
Por Flávio Dieguez e André Chaves De Melo

São muitos os sinais de que está em curso uma ofensiva inédita para popularizar o conhecimento científico gerado nas universidades. O Brasil sempre fez ciência de boa qualidade, mas nunca deu o passo quantitativo necessário para se tornar um grande produtor de pesquisas. O trabalho ficou, tradicionalmente, confinado ao esforço de poucos notáveis e não levou à proliferação de laboratórios e talentos a ponto de tornar a pesquisa nacional competitiva internacionalmente. A sociedade, por sua vez, acostumada historicamente a ver apenas ciência e tecnologia estrangeiras no dia-a-dia, não entendeu que tinha direito de ser informada sobre ciência e de exigir mais investigação científica. Esse quadro, tudo indica, está mudando.

Dois episódios recentes são saudáveis sintomas de uma febre que, nos últimos dois anos, tem se alastrado entre cientistas, órgãos governamentais, universidades e instituições de pesquisa. Sob o patrocínio de empresários, o Centro de Estudos do Universo (CEU) inaugurou, dia 17 de maio, em Brotas, pequena cidade do interior de São Paulo, o primeiro espaçoporto para crianças do país. Os alunos aprendem sobre física, matemática e química. No mês de março, a Estação Ciência, centro de difusão científica, tecnológica e cultural da USP, lançou o livro Educação para a Ciência: Curso para Treinamento em Centros e Museus de Ciência. Essas iniciativas mostram o quanto é imprescindível que a sociedade e a ciência saibam um pouco mais uma da outra.

O programa Educação para a Ciência, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), recebeu, em 2001, R$ 5,2 milhões, que foram utilizados na criação de diversas atividades educacionais e de divulgação. Outros 9,8 milhões foram destinados pelo CNPq para a implantação dos 17 Institutos do Milênio, uma novidade criada no ano passado. São redes interligadas por meio da internet que congregam instituições de ponta, universidades e grupos de pesquisadores, que aproveitam a infra-estrutura já existente para tornar a pesquisa brasileira ainda mais competitiva e integrada no cenário internacional. Mas, além dessas atividades, a divulgação do conhecimento gerado aparece como fundamental e obrigatória. Trata-se de uma idéia inovadora dentro da estrutura de ensino do país e fortalece muito a popularização da ciência.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) fez algo parecido ao criar os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), nos quais também se considera a divulgação científica parte integrante da própria atividade de pesquisa. Segundo José Fernando Perez, diretor científico da Fapesp, a fundação deverá investir, em parceria com o governo do Estado, cerca de R$ 15 milhões anuais durante 11 anos. “Além dos Cepids, temos também o programa em jornalismo científico chamado Mídia Ciência, voltado para profissionais que querem se tornar divulgadores científicos”, diz. Outra iniciativa da fundação é a Revista da Fapesp, criada em 1999 e que, este ano, com orçamento de R$ 1,5 milhão, passa a ser vendida nas bancas. A tiragem subiu de 24 mil para 30 mil exemplares.

Estréias – Em janeiro, em Sidney, Austrália, os participantes do 4º Congresso Mundial de Centros e Museus de Ciência decidiram que em 2005 o Brasil sediará pela primeira vez um encontro da entidade, uma das mais importantes do mundo. Outra estréia brasileira no cenário internacional de divulgação científica é a realização, também inédita no país, do 3º Congresso Mundial de Jornalistas Científicos, que acontecerá na Universidade do Vale do Paraíba (Univap), em São José dos Campos, SP, em novembro, juntamente com o 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico.

A USP também tem novidades na área: transformou a antiga sede do seu Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) no Parque de Ciências e Tecnologia (Cien&Tec). Instalado em uma área de cerca de 141 hectares (equivalentes a 1.410 km2), esse novo espaço de lazer, entretenimento e educação informal tem como objetivo atender a população da Grande São Paulo, levando para o público leigo muitas das grandes questões da ciência. “Só nos bairros próximos ao parque moram mais de dois milhões de pessoas”, lembra Marta Mantovani, diretora do Cien&Tec, que contará com cinema esférico de 180 graus para filmes didáticos, planetário e luneta Zeiss digitais, estação meteorológica e outra sismográfica, trilhas em mata atlântica preservada, esculturas de planetas ao ar livre e anfiteatro. “Também ofereceremos cursos de computação para jovens e de treinamento e atualização para professores da rede pública e para a terceira idade. O complexo ficará pronto em etapas, com conclusão prevista para daqui a cinco anos”, complementa Marta.

Outra iniciativa voltada para o cosmos é o CEU. Mantido por uma associação de empresários da região de Brotas que investiu cerca de R$ 400 mil no projeto, trata-se de um centro de educação científico-astronômica informal que conta com observatório que consegue mapear qualquer um dos 65 mil astros catalogados em seu sistema e transmitir as imagens para uma tela de projeção situada em um auditório. Também há um planetário com mais de 5 mil estrelas e uma réplica do “templo” de Stonehenge, estranho círculo de rochas enormes, aparentemente edificado na pré-história, na Inglaterra, que muitos cientistas acreditam ter sido uma espécie de observatório astronômico primitivo.

Todos os aparelhos do CEU foram desenvolvidos por meio de convênio com a Universidade de Harvard (EUA), e se baseiam em projetos aplicados em cerca de 3 mil escolas norte-americanas. “Estamos propondo à Agência Espacial Brasileira a criação de um concurso chamado Seja um Astronauta”, informa Antonio Augusto Rabello, diretor do centro. A idéia é premiar trabalhos sobre astronomia feitos por estudantes secundaristas. O primeiro prêmio seria uma viagem até a sede da agência espacial norte-americana, a Nasa, situada em Houston, no Texas. Mais 29 concorrentes ganhariam viagens até o CEU, em Brotas [O concurso ainda não foi confirmado].

Já o livro Educação para a Ciência: Curso para Treinamento em Centros e Museus de Ciência não é longo só no título. Com 678 páginas organizadas em 30 capítulos, formados por 81 ensaios escritos por 131 pessoas, a obra é, segundo um de seus organizadores, Ernst Hamburger, diretor da Estação Ciência, a maior coletânea brasileira de artigos nessa área. “A publicação é resultado de um workshop ocorrido na Estação em junho de 2000, com o objetivo de promover o intercâmbio de informações e experiências entre os profissionais que trabalham nesses espaços de ensino informal e divulgação das ciências”, explica.“A necessidade de se criar cursos dessa natureza foi identificada nas reuniões preparatórias para a criação da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência, e em outros encontros.” São fundamentais para quem quer entender melhor o panorama atual dessa atividade em nossa região a leitura dos artigos de Jorge Padilla, presidente da Associação Mexicana de Museus e Centros de Ciência e Tecnologia, e de Alice Rangel de Paiva Abreu, vice-presidente do CNPq, que faz um balanço das atuais estratégias de desenvolvimento científico e tecnológico e a divulgação da ciência no Brasil.

Avanço – Dados recentes do CNPq sobre investimentos em divulgação científica feitos nos últimos dois anos mostram o crescimento da área e como ela tem sido, cada vez mais, considerada fundamental por diversos segmentos da sociedade. O livro Cinqüentenário do CNPq – Notícias sobre a pesquisa no Brasil, com mais de 200 páginas e tiragem de 2 mil exemplares, recebeu investimentos de cerca de R$ 300 mil.Por sua vez, o Programa de Apoio às Publicações Científicas do CNPq recebeu, em 2001, R$ 3.668.035, 62% a mais que no ano anterior. No caso dos Institutos do Milênio, além dos R$ 9,8 milhões, o CNPq e o MCT disponibilizarão mais R$ 90 milhões até 2003. Apesar de estar começando a receber essas verbas agora, muitos institutos já se preocupam com a divulgação dos conhecimentos gerados por seus pesquisadores. “Em dois meses estaremos colocando no ar o site do Instituto”, diz Jorge Kalil, diretor do Instituto de Imunologia, ligado à USP.

Segundo Marco Antônio Zago, professor da Faculdade de Medicina do campus da USP de Ribeirão Preto (SP), um dos Cepids, o Centro de Terapia Celular, situado na cidade, já está destinando de 5% a 10% do cerca de R$ 1,3 milhão anual que recebe da Fapesp para as atividades de divulgação e interação com a comunidade.

Zago, que dirige o centro, explica que os investimentos incluem a criação de uma Casa da Ciência – existe outra, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) –, com exposições e cursos para professores, e do Jornal da Ciência, com tiragem bimestral de 3.500 exemplares, voltado para as atividades do Cepids. “Nosso objetivo não é essencialmente a divulgação da ciência, mas sim a aproximação com a escola secundária, estimulando os alunos e professores desse setor a se transformar em agentes criadores do conhecimento por meio do amplo debate crítico de idéias”, diz Zago.

Apesar de os números serem sempre fontes de informação que nos permitem analisar os contextos sociais de maneira mais ampla, no caso da atual expansão da divulgação e educação científica no Brasil, os números de iniciativas e projetos previstos para o curto e o médio prazo falam por si.A USP, por exemplo, está lançando uma grande ofensiva na área da divulgação científica. Até o final do ano serão iniciadas as obras para a construção do setor de museus da universidade, um local que irá unir, em meio a árvores e espelhos d’água, os museus de Arqueologia e Etnologia (MAE), de Zoologia (MZ) e de Ciências, criado no ano passado e atualmente em fase de instalação de sua primeira exposição-piloto, dedicada aos recursos hídricos.

“O Museu de Ciências vai funcionar como um grande pólo criador de exposições e outros projetos que divulguem os conhecimentos gerados em todos as unidades da USP”, explica Maria Ruth Amaral de Sampaio, diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e presidente da comissão formada para implantação do projeto, orçado em R$ 50 milhões, sem contar os custos com novos equipamentos, num total de 58.130 m2 de área construída.A universidade criou outra iniciativa inédita: a disciplina de graduação divulgação de ciências físicas e naturais. Voltada para os alunos dessas áreas, a idéia surgiu a partir de estudos feitos sobre pesquisas dos jovens estudantes universitários que trabalham como monitores na Estação, que mostraram a necessidade de uma capacitação maior. “Esperamos, em breve, disponibilizar o curso para todas as áreas, incluindo Humanidades”, ressalta Ernst Hamburger, um dos cientistas que há mais tempo têm se dedicado à divulgação da ciência no Brasil. Ele também informa que a Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) recebeu verba de R$ 450 mil do Programa Educação para a Ciência, do CNPq, para a criação de um portal (com início previsto para 2003) que vai congregar os sites de cerca de 120 centros e museus de ciência brasileiros.

Dos R$ 5,2 milhões que o programa recebeu no ano passado, cerca de R$ 1,2 milhão foi destinado à realização de olimpíadas de química, física, matemática, computação, astronomia, informática, genética, saúde e meio ambiente, iniciativas que têm como objetivos despertar vocações para as carreiras técnico-científicas. Outros R$ 2 milhões foram destinados à capacitação de professores de ciências e criação de recursos didáticos para o aprimoramento de atividades educacionais na área. Os recursos restantes foram destinados para outras atividades, muitas relacionadas aos centros e museus de ciência, incluindo cursos, criação de materiais e desenvolvimento de infra-estrutura.Apesar de se declarar um otimista com o progresso da divulgação, ensino e popularização da ciência no Brasil, Hamburger acredita que a criação de um plano nacional de popularização da ciência é altamente necessária. “Várias entidades e diversos profissionais envolvidos com a área têm defendido isso há algum tempo, ação conjunta que já tem produzido alguns efeitos, como mostra a criação do programa Educação para a Ciência e dos Institutos do Milênio”, afirma.

O Laboratório de Jornalismo da Unicamp (Labjor) também prepara uma novidade para 2003: o lançamento de um mestrado em jornalismo científico. “A última edição do curso de especialização em jornalismo científico teve uma demanda recorde de 230 inscritos para 30 vagas, o que nos fez entender que havia chegado o momento de criarmos um mestrado na área”, explica Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp, coordenador do Labjor e responsável pelo novo projeto editorial da revista Ciência e Cultura.

Originalmente, a Ciência e Cultura era uma revista voltada para a divulgação de ciência para o grande público. Com o tempo, passou a ser uma publicação mais acadêmica. Nessa nova fase, com 30 mil exemplares e custo de R$ 110 mil por edição, será uma revista bimestral voltada para o debate das grandes questões da ciência e as tendências da pesquisa mundial. “Também vamos tentar lançar o novo formato do Brasil Pensa, programa de divulgação científica feito durante seis anos em parceria com a TV Cultura e que, agora, será relançado por meio de uma parceria com a TV Futura”, informa Vogt.

Ele também vê com otimismo o atual desenvolvimento da divulgação científica no Brasil, mas tem dúvidas sobre a viabilidade da criação e execução de um plano nacional de popularização da ciência. “Uma iniciativa desse tipo somente terá sucesso se houver ampla participação popular”, afirma. “O que existe hoje é uma enorme curiosidade sadia da sociedade pelos temas científicos, cuja satisfação, por meio desse amplo e rico mosaico de iniciativas de divulgação, permitirá sua participação em um projeto dessa natureza”, diz, informando que o Labjor está preparando um grande projeto de avaliação quantitativa e qualitativa do comportamento da mídia brasileira quando o tema é divulgação científica. “Em breve estaremos colocando na internet o maior banco de dados brasileiro sobre os índices da ciência e tecnologia na mídia nacional e análises baseadas em pesquisas sobre o poder difusor e conscientizador dessas ações junto à sociedade.

”Para Fabíola Oliveira, diretora de publicações e divulgação da Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC), o cenário atual mostra, indubitavelmente, que a divulgação científica está vivendo um momento de grande expansão, cuja origem se encontra nas atuais demandas da sociedade da informação. “Entretanto, as iniciativas são isoladas, o que acaba favorecendo a perda de uma parcela desse potencial de expansão. Nos Estados Unidos e em países da Europa, a divulgação científica e a conseqüente popularização da ciência fazem parte, de maneira altamente organizada, das metas das políticas públicas, incluindo, no caso norte-americano, ações de defesa da pesquisa científica e tecnológica por parte das instituições e dos pesquisadores junto ao Congresso”, diz, concordando com Hamburger: “O que falta para o Brasil é a criação de um Plano Nacional de Divulgação e Popularização da Ciência.”

Doutores – A tese de doutoramento de Fabíola, defendida anos atrás junto à Escola de Comunicações e Artes da USP, mostrou que muitos organismos governamentais e institutos ainda fazem uma divulgação muito atrelada às ações de seus dirigentes e não aos projetos em si. “A USP, a Unesp e a Unicamp são exemplos de instituições que possuem políticas e infra-estrutura de divulgação sistemática de suas atividades, cada uma à sua maneira e adaptada às suas realidades.”

Das três, a maior das estruturas foi criada pela USP que, além de manter assessorias de imprensa em diversas unidades, também criou a Coordenadoria de Comunicação Social, formada por uma agência de notícias, jornal, TV, rádio, portal na internet, gráfica, um banco de dados alimentado por nomes de especialistas em vários assuntos – que qualquer um pode consultar –, um centro de visitantes que fornece informações sobre o campus da capital e uma divisão de marketing e relações públicas.

De acordo com Ulysses Capozolli, editor da Scientific American – uma das maiores revistas do setor, cuja versão brasileira foi lançada em junho –, o atual avanço da divulgação científica é resultado dos investimentos feitos nos últimos 50 anos, com a criação do CNPq, nos anos 50, e da pós-graduação, nos anos 60, que permitiram a formação da massa crítica necessária para esse processo.

Para Ronaldo Sardenberg, ministro da Ciência e Tecnologia, a divulgação científica é uma ferramenta democrática, um meio de garantir a continuidade da reforma da política científica iniciada em sua gestão. Essa reforma pode dobrar o ritmo de crescimento da ciência brasileira que, formando atualmente 6 mil doutores ao ano, já é uma das que mais crescem no mundo. “A divulgação é importante porque desperta o interesse da população pela ciência. Ter esse apoio é a melhor maneira de garantir a continuidade e o crescimento da pesquisa científica no país”, afirma. “A revolução em curso conformará a implantação da sociedade da informação e da economia baseada no conhecimento, com o aumento da velocidade e a redução dos custos dos instrumentos para a pesquisa e para o desenvolvimento tecnológico”, anima-se o ministro.

Sala de Prensa
Abril 2002 – Año IV – Vol. 2 – nº 42
Por Flamínio Araripe *

O Brasil ocupa a 15a posição no ranking das publicações científicas indexadas pelo Institute for Scientific Information em 2000, com 714.171 pesquisas, 1,33% da produção mundial. Nos últimos três anos, o País foi o que mais cresceu em volume de pesquisas ali registradas, depois da Coréia. Todavia, o número de pedidos de patentes no Brasil, que não reflete esta produção científica, está estagnado desde o início da década de 90, 12 mil por ano, e ficou em 16 mil, em 1999.

O diagnóstico é feito pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNpQ), Evandro Mirra. “A informação que trafega dentro da sociedade está encalhada”, afirma. A produção científica se concentra 80% nas Universidades, 10% em institutos do governo e 10% nas empresas. A produção da Universidade ainda é insuficiente, avalia.

O Brasil investe 0,2% do PIB na área de ciência e tecnologia – 90% pelo governo e 10% pelas empresas. A lacuna da participação das empresas na pesquisa constitui a raiz da dependência da transferência de tecnologia. Enquanto o País importou US$ 80 milhões de tecnologia em 1999, passou a importar US$ 500 milhões em 1995 e US$ 2 bilhões em 2000. “Numa relação assimétrica, a exportação de tecnologia é muito baixa”, aponta Mirra.

O parco resultado econômico da produção científica nacional, desproporcional ao investimento público no setor, é uma das principais questões do sistema de ciência e tecnologia do Brasil, conclui a secretária nacional de Política de Informática, Vanda Scartezini. Esta preocupação ocupará o foco central nas discussões da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a ser realizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em Brasília, dias 18 a 21 de setembro, para discutir os rumos do setor.

Um dos mecanismos a serem buscados para melhorar os resultados é a facilitação para o registro de patentes, com interação maior entre universidades e empresas, antecipa a secretária. Em paralelo à preocupação com os resultados econômicos da pesquisa nacional, há também um despertar para ampliar os pequenos oásis de divulgação científica.

O deserto de incomunicabilidade isola da sociedade parte da produção acadêmica e as políticas públicas do setor. Ciência e tecnologia não ocupam lugar de destaque na pauta nacional. A pesquisa, que não chega a tornar-se produto, tem ainda menor probabilidade de virar notícia.

Na sua gênese, a ciência veio ao Brasil antes da divulgação científica. Com o tempo, as duas áreas distanciaram-se ainda mais. Como primeiro registro do fazer ciência no Brasil, Mirra menciona a vinda da Família Real de Portugal em 1808. Foram criados o Real Horto (hoje Horto Florestal) e a Academia Militar, no Rio de Janeiro, e a Academia de Medicina da Bahia. Em Salvador, a “Gazeta Médica” publica o primeiro número, em 1867.

Hoje, diversas iniciativas buscam aproximar a ciência da divulgação, esforços na conquista de espaço e visibilidade para o setor. O objetivo deste artigo é informar sobre experiências em andamento, algumas delas discutidas na 53a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Salvador (BA), de 13 a 18 de julho. No evento, três painéis reuniram jornalistas, pesquisadores e agências oficiais de fomento para debater a divulgação científica.

Este relato enfoca as realizações discutidas no evento. Não tratamos das revistas de divulgação científica ou publicações especializadas do mercado editorial, nem das editorias de Ciência em alguns jornais e revistas.

Visões de jornalismo científico: oásis no deserto da incomunicação

1. O Labjor

O coordenador do Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo (Labjor) da Universidade de Campinas (Unicamp), Carlos Vogt, no painel sobre “Os Desafios da Divulgação Científica”, anunciou as 10 propostas que encaminhou à Conferencia Nacional de Ciência e Tecnologia. A primeira visa a criação de um Programa Nacional de Divulgação da Ciência e Tecnologia, com apoio das agências de fomento e dos fundos setoriais, como a Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp). [Leia a seguir sobre a experiência da Fapesp]

Voght propõe ainda a inclusão de pelo menos uma disciplina de jornalismo científico nas graduações em jornalismo e de uma disciplina optativa sobre jornalismo, aplicada a cada uma das diferentes graduações. Propõe o estimulo à criação de cursos de pós-graduação em jornalismo científico, de caráter multidisciplinar e multi-institucional, para jornalistas e cientistas, como vem sendo feito pelo Labjor. Pleiteia ainda a multiplicação da experiência da revista ComCiência, publicada na Internet em parceria com a SBPC (com apoio do CNPq e Fapesp), como laboratório para os alunos. < http://www.comciencia.br/>

“Dar à atividade de divulgação o mesmo status da produção científica e tecnológica para cômputo do desempenho acadêmico do pesquisador” é proposta de Vogt, entre outras, como a de incentivar a implantação de editorias de Ciência e Tecnologia nos grandes jornais, revistas e na imprensa regional. Leia a íntegra das indicações, no artigo de Carlos Vogt, “Os Desafios da Divulgação Científica”, publicado em julho na Newletter do Labjor:

O Labjor realiza um curso de Especialização em Jornalismo Científico, de um ano e meio de aula, que pretende ampliar para Mestrado em 2002, informou Vogt. A primeira turma (1999-2000), de 40 alunos – 50% jornalistas e 50% cientistas de diversas áreas, teve demanda de 145 candidatos. A segunda turma, iniciada em março deste ano, teve demanda de 240 pretendentes para selecionar 46 alunos. ou

A revista mensal ComCiência, lançada em agosto de 1999, cobre ciência e tecnologia pelos alunos do Labjor e em agosto de 2000 firmou parceria com a SBPC. Divulga o resultado de pesquisas, história da ciência, política científica e crítica da mídia. Conta com seções, uma delas, o OfJor Ciência, de crítica à cobertura científica da mídia, em consonância com o projeto do Observatório da Imprensa, de media watching.

Pesquisa do Labjor aponta crescimento do espaço editorial dedicado à pesquisa, nos nove jornais de maior circulação no Brasil, numa comparação entre os anos 80 e os anos 2000 e 2001.

2. ABJC x analfabetismo científico

Para o jornalista Ulisses Capozoli, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC) e assessor da SBPC, em vez de desencontro entre jornalistas e cientistas, existe um “analfabetismo científico” das duas partes. O diálogo de ambos é dificultado pela formação precária em história e em filosofia da ciência, o que chamou de analfabetismo científico, uma incapacidade de generalizar princípios.

” O jornalista precisa urgentemente investir na sua formação”, recomendou, como requisito para a prática do jornalismo interpretativo, que faz a contextualização histórica dos fatos. Diante da enxurrada de informações da Internet, Ulisses disse que o jornalismo impresso tem espaço para dar sentido aos fatos.

Ulisses apontou como desafios dos jornalistas a necessidade de uma base razoável de física, química, biologia e matemática, e a transformação na relação de poder nas redações. Como exemplo, citou que um bom repórter, capaz de escrever matérias que se expliquem por si próprias, pode ser a base para outra relação de poder nas redações, em que o pauteiro – que indica o que deve ser coberto – torna-se uma coisa do passado.

Em países como o Brasil, Ulisses defendeu que o jornalista da área de ciência e tecnologia tem a obrigação de fazer a aproximação entre o saber científico para trazer ao público um entendimento, uma inteligibilidade do mundo. Veja artigo de Ulisses Capozoli, “ABJC ampliará discussões entre jornalistas e cientistas”.

A ABJC encaminhou à Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, o anteprojeto do Programa Nacional de Formação em Jornalismo Científico. A idéia, conforme o Boletim da ABJC, é fazer um diagnóstico nacional sobre os cursos de graduação e pós-graduação que estão formando jornalistas científicos. “Não ficaremos apenas no mapeamento. Queremos estabelecer parâmetros mínimos de metodologia para a oferta de cursos com conteúdo programático, bibliografia e perfil de professores adequados. Pensamos, também, em montar palestras, workshops e cursos nas diferentes regiões do país, com a colaboração dos colegas jornalistas e professores que já atuam na área”. Para receber o Boletim da ABJC, escrever para Fabíola de Oliveira.<fabi@univap.br>

3. Núcleo José Reis e Agência Brasil

O Núcleo José Reis de Divulgação Científica da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) promove o curso de Especialização “Divulgação Científica: Conceitos e Praxis”, em conjunto com a Associação Brasileira de Divulgação Científica. Consta de seis módulos bimestrais, um curso de um ano e meio, destinado a jornalistas, cientistas, pesquisadores, educadores e comunicadores envolvidos ou interessados em comunicação científica.

A Agência Brasil da Radiobras, do governo brasileiro, mantém um serviço de notícias semanais sobre Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente, criado em 1989, que tem por objetivo divulgar pesquisas com linguagem de fácil entendimento. “Na época, o espaço para divulgar as pesquisas científicas-tecnológicas eram praticamente nenhum, e ainda é exíguo, diz o editor Ubirajara Júnior. O noticiário já teve uma rede de correspondentes e foi distribuído por uma lista de 1.500 assinantes, mas agora é mantido na Internet:

4. “Pesquisa Fapesp”

A editora-chefe da revista “Pesquisa Fapesp”, Mariluce Moura, anuncia que já está no ar a versão eletrônica da publicação, impressa desde 1996, com as 62 edições, em . Com tiragem de 44 páginas em cores, a revista mensal nasceu de uma estratégia para dar visibilidade a como eram utilizados os recursos da fundação que aplica 1% do Imposto sobre Consumo de Mercadorias e Serviços de São Paulo. “Em 2000, a Fapesp investiu R$ 550,7 milhões no fomento à atividade científica e tecnológica em São Paulo”, diz a edição de junho.

O embrião da revista foi um boletim de quatro páginas, em 1995, dentro de uma gerência de comunicação que inclui relações com a imprensa, área de eventos e a de publicações, o carro-chefe. “Um projeto como este parece mais fácil em um ambiente como São Paulo, que tem massa critica e um sistema de ciência e tecnologia bem desenvolvido, apoiado com recursos humanos e financeiros, com entendimento político do que é um sistema de ciência e tecnologia”, afirmou.

“Para outros estados, permanece um desafio criar estes instrumentos”, disse a editora, ao ressalvar que a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) também tem a sua revista . Mariluce observou que “a revista é resultado de um diálogo fecundo – até com certo grau de tensão como é próprio de todos os bons diálogos – entre um claro projeto jornalístico e um discurso institucional. Este diálogo é alimentado pela comunidade científica de São Paulo. O resultado é uma revista elegante, limpa, bonita, que convidasse o leitor a percorrer suas páginas”.

A revista conta com editorias fixas de Política Científica, de Ciência, que cobre resultados dos projetos financiados pela Fapesp, de Tecnologia e Humanidade, que engloba cultura e ciências humanas. De acordo com Mariluce, os artigos são redigidos por jornalistas com experiência na grande imprensa e têm a qualidade para ser publicados por qualquer veículo nacional. A publicação faz divulgação científica e cumpre um papel de marketing institucional, pontuou.

5. “Ciência Hoje” e “Jornal da Ciência”

O editor do “Jornal da Ciência”, veículo impresso da SBPC, José Monserrat Filho, recorda que no período da abertura política, 1980-82, falava-se no Brasil em analfabetismo, concentração de renda, mudança do modelo político e muito pouco de ciência. Era quando os primeiros exilados políticos começavam a voltar ao País. “Ninguém pensava em divulgação científica”.

Foi quando um grupo da Universidade criou há 19 anos uma revista de divulgação científica – a “Ciência Hoje”, da SBPC – com objetivo de levar informações de ciência para o grande público, qualificada, avaliada pelos pares. A experiência implicou em fazer um modelo, no qual cientistas precisaram da capacidade de escrever e jornalistas colaboravam para a clareza da linguagem.

A “Ciência Hoje” chegou a ter 90 mil assinantes, numa fase em que a “Ciência Ilustrada”, uma publicação comercial, deixou de circular em bancas. “O mercado não foi levado em conta porque não é o problema. Nós temos que fazer o mercado”, assegurou. A revista, hoje, está no número 173. A versão na WEB, a cargo do jornalista Bernardo Esteves, tem atualização diária, média de mil visitantes por dia.

A experiência foi como uma escola, relata Monserrat. Foi preciso descobrir uma relação do editor com o cientista. Para o cientista, mostrou como escrever para um público que não é a tribo dele. Para o jornalista, ensinou como fazer um texto, que não seja o dele, para tornar palatável. “É uma historia que precisa ser conhecida, trazendo as lições que tem a dar”.

Depois, veio a “Ciência Hoje para Crianças”, única no Brasil, hoje em 133 edições. O cientista escreve para o público infantil e o texto passa pela avaliação da área com o máximo rigor possível, explicou.

Em seguida, circulou o “Jornal da Ciência”, que discute a política científica e tecnológica federal e dos Estados, das Fundações estaduais de Amparo à Pesquisa, do Ministério da Ciência e Tecnologia, as funções políticas da comunidade cientifica. Tem 16 páginas que veiculam as lutas políticas para aprovação de projetos e lobby junto ao Congresso Nacional. A versão distribuída por e-mail, o JC E-Mail, que surgiu em 1993, circula de segunda a sexta-feira. Tem mais de 10 mil assinantes, sobretudo leitores da área de ciência e tecnologia, do governo, imprensa e academia.

A tiragem média da revista “Ciência Hoje” é de 14 mil exemplares. No período entre julho de 2000 a julho de 2001, a revista “Ciência Hoje das Crianças” publicou mais de 200 mil exemplares. Já editou livros 10 em parceria com empresas e governo para distribuição nas escolas, com previsão de mais 12 este ano, sobre temas em evidência com interesse científico, para o público escolar. É o movimento de uma pequena editora.

O Projeto Ciência Hoje, desde 1999, já recebeu 15 estagiários de escolas de Comunicação, com bolsas de Iniciação Científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), que em 2001 patrocina mais 8 bolsas. O acervo acumulado motivou a criação de um Centro de Produção de Conteúdo Científico para atender a outros veículos e até educação a distância.

Ennio Candotti, um dos fundadores da revista, fez um apelo para que os cientistas comuniquem as suas dúvidas, se eduquem para aprender a escrever para o público. Aziz Ab’Saber, conselheiro da SBPC, defendeu a importância de fazer chegar aos políticos, na Câmara e Senado, o conhecimento científico que é útil ao País. “São insensíveis”, criticou. Crodovaldo Pavan, ex-presidente da SBPC, disse que o problema do cientista “é o complexo de rigor científico”.

Divulgação científica vai formar operadores ou criar pensadores?

A divulgação e o jornalismo científico devem preparar o homem para operar no setor de ciência e tecnologia, ou devem suscitar uma reflexão crítica sobre a natureza da ciência a serviço da concentração da riqueza e destruição do meio ambiente?

As duas alternativas foram colocadas na Reunião da SBPC por Henrique Lins de Barros, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, do Rio de Janeiro.

Para ele, se continua a escalada de destruição, a divulgação científica não vai dar conta da crise social que se anuncia nos próximos 20 anos com ocorrência de colapso na água, atmosfera e alimentos em algumas partes habitadas do planeta.

Ao lembrar a foto da Terra feita por satélite à noite, em que se vêem cidades iluminadas dos Estados Unidos e Canadá, o Sudeste e parte do Nordeste do Brasil, em meio à escuridão no resto do País, ele disse que quem vive no hemisfério Sul paga a conta da concentração de riqueza.

“Hoje, o impacto tecnológico do mundo é avassalador. Há maior exclusão social, que este modelo de desenvolvimento vai aumentar”, disse Henrique Lins.

O coordenador fez uma comparação da divulgação científica com a execução da música Sonata ao Luar, de Beethoven, cujo primeiro movimento tornou-se muito popularizado e gerou uma versão que excluiu a original dissonância de acordes. O resultado das adaptações, feitas para facilitar a execução no piano, mudou as notas em dó sustenido menor, escritas pelo compositor, para lá menor.

O resultado saiu uma caricatura, um pastiche, disse Henrique Lins. Transposto para o terreno da divulgação científica, em vez de criar um mau executante de música, ele disse que as instituições de divulgação cientifica devem criar o ouvinte de música.

O poder da TV

O presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência, Ernst Wolgang Hamburger, coordenador do Espaço de Ciência da Universidade de São Paulo (USP), recomenda que a divulgação científica deve cuidar especialmente da TV na popularização da ciência. A razão é que 88% dos lares brasileiros têm TV, enquanto 90% possuem rádio e apenas 10% lêem jornal

“Quando se faz popularização da ciência, é necessário pensar em toda a gama de públicos”, recomenda. Existem outras mídias além dos veículos de comunicação, como congressos, eventos, artes em geral, do cinema ao teatro e música, zoológico, Universidade e escolas, entre outros, menciona.

Hamburger relatou a evolução histórica do ensino de ciências no Brasil, desde 1950 encarado como decoreba e livresco, aos primeiros investimentos em mudança como no FBEC-Unesco coordenado por Isaias Raw em 1955, os grandes projetos curriculares nos EUA e Europa até a criação dos Centros de Ciências, em 1965, em Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco.

No jornalismo científico, Hamburger disse que depois de José Reis, pioneiro na “Folha de S. Paulo” ter ganho o prêmio Kalinga-Unesco, em 1954, o CNPq criou o prêmio anual com nome do jornalista, em 1978. Em 19 anos, 680 trabalhos concorreram aos prêmios de divulgação científica, jornalismo cientifico e instituição científica, com a distinção destinada a jornais, revistas, TV e instituições de pesquisa.

Há, no Brasil, 113 centros e museus de ciências, dos quais 60 nas Universidades. A maioria está no Sul (37), seguido de São Paulo (32), Rio de Janeiro e Espirito Santo (17), Nordeste (15), Centro-Oeste (9) e Amazônia (3). O público anual estimado é de 2 milhões de pessoas, o que considera pouco, uma vez que no EUA, apenas um museu recebe um milhão de visitantes por ano.

Instituto do Milênio visa implantar estratégia de popularização da ciência

O Ministério da Ciência e Tecnologia pretende induzir a criação de um Instituto do Milênio sobre o tema Popularização da Ciência e Divulgação Científica, com previsão de orçamento de R$ 3 milhões para atividades durante três anos. Estão definidas mais três áreas para criação destes Institutos – para estudos do Semi-Árido, da Oceanografia e da Amazônia, com a mesma previsão de recursos.

O Instituto do Milênio da Amazônia já teve edital lançado que se encerrou no dia 4 de agosto. O Pantanal está sendo comentado para ser o quinto tema, ainda não confirmado.

O secretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia, João Steiner, disse que a idéia de criação dos Institutos surgiu na secretária há 1,5 ano. Com a divulgação, segundo ele, a Academia de Ciências mostrou-se interessada em concorrer com as propostas dos Centros e Museus de Ciência, por considerar o tema estratégico.

No painel sobre o Plano Nacional de Popularização da Ciência, Steiner propôs uma articulação da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) com a Academia de Ciência, em torno de uma proposta única para o Instituto do Milênio.

Para o coordenador da Associação, Ernst Wolgang Hamburger, o secretário prometeu agendar uma reunião da diretoria da ABCMC com o ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, para discutir a articulação do programa, e com o CNPq. O CNPq vai lançar um programa nacional de Popularização da Ciência e Divulgação Científica, visando incentivar a criação de Museus de Ciências interativos, como o Estação Ciência, de São Paulo, e Espaço Ciência, de Recife, com uma linha para divulgação científica, informou o secretário.

Steiner enfatizou não ter informações sobre o programa do CNPq. “O programa está em fase avançada de elaboração, mas não me sinto preparado para adiantar as propostas”, justificou.

O Instituto do Milênio induzido difere das 20 áreas que estão sendo selecionadas em concorrência. De início, disputaram 206 propostas, das quais 57 foram pré-selecionadas, em diversas áreas de saber, de todas as regiões. Do total, 20 serão selecionadas. O diferencial do modelo induzido é que concentra o foco em tema considerado prioritário pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

Os cinco Institutos do Milênio em áreas definidas têm a função de congregar competências para desenvolver um programa a ser indicado por termo de referência para atingir objetivos determinados. “O edital terá cláusulas para impedir que tenha uma concentração em grupos muito localizados no Rio de Janeiro ou São Paulo”, afirmou.

O dinheiro não será usado para a construção de prédio, mas para articular uma rede de pesquisadores de múltiplas origens, com um coordenador e sede numa instituição, responsável pela gestão dos recursos. Os recursos poderão ser usados para compra de equipamentos, informou.

De acordo com Steiner, terá mais chance no edital a proposta que se mostrar mais capaz de articular diversas instituições e atividades de modo a impactar o País inteiro na sua área de abrangência. Numa comparação com uma rede de computadores, ele disse que o Instituto do Milênio será uma organização virtual.

O presidente da ABCMC, Ernst Hamburger, da USP, disse que o público jovem é mais importante para o foco da entidade, embora saiba de trabalhos com a terceira idade, professores, jornalistas e deficientes físicos. Segundo ele, uma boa idéia a tratar com o CNPq é uma linha de bolsas para fomentar o trabalho em centros e museus de ciências.

Steiner disse ainda que o Nordeste, com população de 24,6 milhões de habitantes, tem apenas um Instituto de Pesquisa federal, a Embrapa Semi-Árido, em Petrolina (PE).

O MCT tem duas iniciativas na região, o programa Xingó, na Bahia, financiado com 120 bolsas, que em julho teve lançamento de novo edital de R$ 8 milhões e agora a proposta do Instituto do Milênio do Semi-Árido, diz Steiner. “É um reconhecimento tardio, mas é um esforço que estamos fazendo”, afirmou.

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* Flamínio Araripe, membro do Conselho Editorial de Sala de Prensa, é jornalista, com predileção em área de ciência, tecnologia e informática. Escreve sobre Tecnologia da Informação na Gazeta Mercantil Ceará, onde assina a coluna Conectividade, e colabora no Jornal da Ciência, da SBPC.</fabi@univap.br>

Pro-Scientiae – O boletim eletrônico do Núcleo José Reis de Divulgação Científica da ECA/USP,
integrante do Projeto de Treinamento em Divulgação Científica – PTDC
Agosto de 2001

Em meio a centenas de eventos, em apenas seis dias, a divulgação científica obteve destaque na 53ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorreu entre os dias 13 e 18 de julho, em Salvador, sob o tema geral “Nação e Diversidade: Patrimônio do Futuro”.No sábado dia 14, a Profª Glória Kreinz e o Prof. Crodowaldo Pavan entregaram, representando Ciro Marcondes Filho, coordenador geral do NJR/ECA/USP, o livro José Reis: Jornalista, Cientista e Divulgador Científico para o presidente do CNPq, Prof. Evando Mirra de Paula e Silva.No mesmo dia, o diretor da Estação Ciência da USP, Ernst Hamburger, coordenou o encontro “Plano Nacional de Popularização da Ciência”. O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência.

O simpósio “Divulgação Científica: As Visões do Cientista e do Jornalista”, dia 15, contou com a participação de Crodowaldo Pavan, presidente da ABRADIC e coordenador de divulgação do NJR/ECA/USP, Carlos Vogt, do Labjor/Unicamp, José Monserrat Filho, do Jornal da Ciência/SBPC, Mariluce Moura, da Fapesp, e Ulisses Capozoli, da ABJC.Completando os eventos em que se discutiu divulgação científica, Ulisses Capozoli ministrou a conferência “O Jornalismo Científico e a Cidadania”, dia 17, e Ernst Hamburger coordenou o simpósio “Divulgação e Jornalismo Científico”, dia 18, sob a organização da Sociedade Brasileira de Física.Destaque-se ainda, na 53ª Reunião da SBPC, a sessão especial “A Ciência no Brasil – 50 Anos do CNPq”, dia 14; no dia seguinte, o simpósio “Homenagem aos 80 anos de Marta Vannucci”, com cumprimentos à oceanógrafa da USP; e a conferência “Sociedade, Aids e Futuro da Espécie”, ministrada por Crodowaldo Pavan, no dia 18.